Com empresas de concessão de crédito mais seletivas, o consumidor tem aprendido a controlar melhor os gastos. O resultado disso deve ser uma acomodação dos níveis de inadimplência nos patamares atuais, segundo Victor Loyola, Executive Chief Officer da Becrux. “As políticas de crédito adotadas pelas instituições financeiras foram mais conservadoras em 2013, e com a redução na taxa de crescimento do crédito o consumidor passa a ter um comportamento mais prudente”, afirma.
Nos primeiros meses de 2014, no entanto, a inadimplência não apresentou o mesmo comportamento, segundo Loyola. O motivo são as despesas do começo do ano. “A inadimplência do primeiro trimestre sempre tende a aumentar em relação ao quarto trimestre do ano anterior, pela incidência de despesas com impostos, despesas escolares, viagens de férias. Muitas vezes o consumidor se dá conta dos excessos nesse período. De qualquer maneira, em relação ao ano anterior no mesmo período, estará em patamares mais baixos”, destaca.
Em meio a esse cenário de consumidores mais conscientes, surge a preocupação em acertar as dívidas. Mas como negociar? Pensando nisso, empresas do setor de cobrança têm aproveitado para promover a educação financeira com seus públicos. Para Adilson Melhado, presidente da Localcred, o importante é construir uma comunicação integrada e humanizada com os clientes. “Desenvolvemos uma comunicação simples, clara e direta que incentiva o consumidor a buscar uma solução para sua dívida”, comenta.
Esse é o melhor cenário para mudar a forma como o setor de cobrança é visto hoje em dia, de acordo com Melhado. “Iniciamos um trabalho de publicidade para promover a educação financeira mudando o conceito da cobrança. Acreditamos que a cobrança hoje atua como agente facilitador e educador: que busca ajudar o consumidor a viver em equilíbrio sustentável com o seu crédito. Queremos romper o paradigma de que a cobrança é a vilã da história num cenário onde um dos principais motivos de inadimplência é o descontrole financeiro”, finaliza.