Como fica a inadimplência?

Com as novas medidas do Banco Central, a oferta de crédito se tornará mais barata no país. Ao reduzir o percentual do recolhimento compulsório, ele disponibilizou esses recursos para que os bancos comerciais ampliem a oferta de crédito e, simultaneamente, reduzam os custos associados à operação. “Outra medida foi a redução do capital para risco de crédito. Essa medida tem a mesma intenção: ampliar a oferta de crédito e reduzir o custo dos empréstimos”, acrescenta Cristina Helena Pinto de Mello, professora de economia da PUC-SP.
Entretanto, especialistas temem que esse possa ser um passo rumo à inadimplência. A professora comenta que o crédito mais barato é uma tentação e nem sempre é utilizado de forma correta pelos consumidores. “Muitas famílias e empresas poderiam aproveitar o aumento na oferta de crédito para fazer um swap de dívida. Mas, em lugar disso, observamos frequentemente o aumento no endividamento. Famílias mais endividadas tendem a ficar inadimplentes”, pontua.
Assim, Cristina comenta que é preciso aguardar para saber de fato quais serão os reflexos das medidas no cenário da inadimplência. Para ela, isso vai depender da forma como a oferta de crédito for direcionada. “Se a oferta de crédito for direcionada para a negociação de dívidas, espera-se uma redução na inadimplência. Mas, se a oferta de crédito for utilizada para financiar novos gastos e comprometer o grau de endividamento e orçamentos familiares, esperamos um aumento na inadimplência”, explica.

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