A história do Brasil demonstra que o povo sempre viveu em momentos de instabilidade financeira e escassez de recursos, entre outras dificuldades. E, embora o atual momento do País seja favorável, a dúvida em saber se a população conseguirá administrar seus recursos financeiros ainda é preocupante, ressalta Francisco Clairton Araújo, professor do INPG, Instituto Nacional de Pós-Graduação. “O consumo não é a única forma de utilizar a renda. É preciso investir e poupar também. O brasileiro nunca foi educado para administrar suas finanças. Para isto, sugiro buscar conhecimentos através de cursos e investimentos em estudos”, orienta.
O que ocorreu foi uma mudança da classe econômica social e não exatamente uma transformação social, complementa o professor. “Tal ascensão da classe econômica é satisfatória e contribui para geração de riqueza das famílias e da sociedade. No entanto, alguns aspectos devem ser observados em longo prazo visando equacionar conceitos de oferta e procura.”
Existem diversas modalidades de concessão de crédito. Segundo Araújo, as que mais atraem a população são aquelas que exigem menor burocracia para obtenção de limite de bancário e financiamentos de ativos de pequeno valor, por exemplo. “Entretanto, antes de qualquer contratação de crédito deve-se verificar as taxas de juros e o valor final do ativo no longo prazo e não apenas se parcela cabe no bolso”, atenta.
A redução na taxa de juros estimula o poder de compra na medida em que a renda se valoriza, aumentando a demanda para consumo ou aplicação dos recursos. “É importante um equilíbrio da taxa de juros, pois senão o consumo se acelera demais e existem alguns setores da indústria e serviços que não conseguem acompanhar o mesmo ritmo do crescimento”, ressalta Araújo. Em se tratando de concessão de crédito, é importante sempre estar alerta. “Não adianta apenas aumentar o volume de vendas, é preciso que a empresa adote uma boa política de análise de crédito para minimizar riscos”, finaliza.