Parte do processo para a efetivação da concessão de crédito, a análise de riscos é fundamental para evitar futuras dores de cabeça. Por isso mesmo, deve ser feita da maneira mais completa e eficaz para minimizar os riscos. Segundo Fernando Manfio, presidente da GoOn, quando o processo não é realizado com eficiência, podem ocorrer impactos negativos, que poderiam ser evitados se fossem utilizadas as condições necessárias para a análise. “O maior erro é não investir em ferramentas para gerenciar o risco, conhecimento e inteligência na gestão. Deve-se parar de acreditar só na ´sorte´, que são processos arcaicos ainda utilizados por aí”, declara.
Um erro comum é focar apenas nos números do holerite do cliente, e não verificar outras informações, segundo Marcello Gonella, professor de administração da Universidade Anhembi Morumbi. “Tem muita gente que acaba tomando crédito em nome de outras pessoas, apresenta previdência falsa, com telefone falso. O erro é você não ir a fundo à vida da pessoa, ficar muito naquela questão de dados que a pessoa trás ou que o próprio banco pede, mas que podem ser manipulados”, afirma. Para Diego Lee Rondon, coordenador de financiamento da Sotaque Consultoria, essa falta de confirmação dos dados e documentos, pode gerar grandes problemas. “O banco pode, por exemplo, acabar concedendo crédito do Minha Casa Minha Vida para pessoas que burlam renda. Logo a atenção na liberação final do recurso do financiamento deve ser redobrada. Acreditamos que uma análise de crédito correta é aquela que preza pelos conceitos primordiais de viabilidade de crédito, ou seja, é uma análise que segue a rigor as normas e políticas de crédito utilizadas pelos bancos”, explica o especialista.
Os eventuais erros nas operações de análise de risco podem gerar conseqüências negativas tanto para o consumidor, que pode entrar para a lista de inadimplência, como para a instituição, que não receberá os valores concedidos. Além disso, existem os custos para recuperar os valores não pagos nas operações de crédito. Segundo Manfio, presidente da GoOn, para evitar os prejuízos, as empresas devem determinar a forma correta para o processo de análise de crédito, de acordo com o que cabe no bolso e o que tenha mais resultados positivos. “As empresas devem ser eficientes na qualidade e na produtividade (risco x recompensa e custo x benefício do crédito). Uma análise inteligente é a fonte da saúde das carteiras”, conclui.
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Confira as entrevistas exclusivas do especial:
Bancos devem ficar atentos à eficiência do processo para evitar falhas e prejuízos
Análise de crédito eficiente exige ferramentas de gestão de risco, defende presidente da GoOn
Bancos devem ter como premissa conceitos de viabilidade de crédito, ao avaliar a renda e cruzar dados cadastrais