Nos últimos meses temos visto grandes mudanças na concessão de crédito no Brasil. Apesar da crise econômica mundial, o Brasil é elogiado pelas medidas que vem tomando para minimizar os efeitos dessa crise por aqui. Através de concessões, redução de impostos para linha branca, veículos etc. Isso tudo tem aquecido o consumo e facilitado o crédito a todos. A questão é: até que ponto estas atitudes devem ser vistas como positivas pelos analistas de crédito?
Recentemente o governo reduziu a Selic, taxa básica de juros do Brasil, para 7,25%, números bem inferiores aos de 2005, por exemplo, em que o valor da Selic chegou a 19,75%, e significativamente melhor do que tínhamos em julho de 2011, em que a taxa era de 12,50%.
Isso provocou uma corrida dos bancos, públicos e privados, por tentar replicar essa redução aos seus clientes. Há muito marketing nisso tudo, principalmente se estamos falando dos bancos privados, mas que os juros reduziram e o crédito está facilitado é fato.
Uma das grandes mudanças que tivemos recentemente, promovida pela Caixa Econômica e que animou bastante os negócios ligados a construção civil, foi a redução da taxa mínima de juros de 1,96% para 1,40%, e a máxima de 2,35% para 1,85%, além de alongar o prazo máximo de financiamento de 60 para 96 meses.
Muitas notícias boas, mas é ai que mora o perigo. Com crédito facilitado, taxas menores e prazos alongados, o consumidor está indo as compras, e acredite, não é só na sua empresa que ele está comprando. É um novo momento no Brasil. Muitos estão aproveitando o momento para reformar a casa, comprar o primeiro carro ou trocar o antigo, e entre essas prioridades e negócios como móveis e eletrodomésticos, roupas, computadores, e é fácil deduzir qual serão os primeiros itens a serem pagos pelo cliente: Casa Própria e o Carro.
Este é um momento de aquecimento de compras e muita facilidade, onde o Brasil começa a se aproximar de países de primeiro mundo. Porém, o brasileiro ainda não está educado financeiramente para este momento, por isso fica aqui a cautela principalmente para os Bureaus de Crédito que deverão analisar as restrições e consultas.
Plinio Oliveira é sócio-diretor da Improve Consultas.