No Brasil, a concessão de crédito é feita pela média das taxas de inadimplência e de risco das operações. Essa afirmação é do Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, CNDL, Roque Pellizzaro Jr. Ele acredita que se partindo dessa premissa, o Cadastro Positivo representará uma ferramenta mais avançada para a negociação de crédito. “Através dela, teremos a individualização do crédito, ou seja, as pessoas serão avaliadas pelo seu desempenho quando tomam crédito e não pela média”, aponta.
Para exemplificar o seu ponto de vista, o executivo reforça a questão da individualização, e dá uma noção de como funcionará esse sistema de dados, fazendo uma comparação com o histórico do mercado de seguros e seus meios de negociação. “Antigamente o mercado de seguros era linear. Se fazia um seguro de automóvel, por exemplo, em Santa Catarina, Brasília ou São Paulo, e o preço era o mesmo. O único fator que era levado em consideração era o valor do automóvel. As seguradoras mudaram e individualizaram a operação ao máximo possível. Hoje, se compra um carro e quando se vai fazer o seguro, em qualquer lugar do Brasil, há uma diferença de preço. Então, temos a individualização no caso dos seguros e uma diferença de preços para isso”, explica.
Seguindo essa linha de raciocínio, Roque fala sobre como o sistema de histórico de sinistros de um determinado indivíduo e sua análise situacional podem ser comparados com a operação que será realizada pelo Cadastro Positivo. “Nos seguros, quando se é segurado há bastante tempo e se tem um histórico de não ter sinistro, a pessoa é beneficiada na renovação desse seguro por ser cuidadosa em relação ao seu automóvel, logo, se tem um diferencial daquela pessoa que vive batendo. No Cadastro Positivo, a mesma perspectiva é levada para a concessão de crédito. O crédito é individualizado”, enfatiza.
O Presidente da CNDL acredita ainda que, com a regulamentação do Cadastro Positivo, o histórico das pessoas passa a ter um valor maior e aquelas que têm o hábito de pagar em dia suas pendências, independentemente da classe social, terão as melhores taxas de mercado. “Com isso, teremos mais velocidade no momento da concessão, e, prazos e taxas adequados ao perfil exato daquela pessoa. E, outro ponto: haverá uma redução na taxa de inadimplência. Isto porque, quem fornece crédito, vai conhecer o comprometimento de renda daquela pessoa que está fazendo a solicitação”, conclui.