O risco de alta da inadimplência esse ano existe. Por isso, todo cuidado será pouco, já nesse primeiro semestre. Tanto que Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, acredita que as empresas de concessão de crédito, com o intuito de reduzir essa inadimplência, deverão apresentar uma postura mais rigorosa, uma vez que o desemprego também deve ser maior. “A tendência é do aumento do desemprego, como já aumentou no setor industrial, e toda vez que o desemprego aumenta, o risco de inadimplência também fica mais alto, e isso gera uma reação defensiva ou mais cautelosa de quem concede crédito. Então a tendência é o crédito ficar mais restrito e mais caro nesse primeiro semestre”, afirma.
Além nisso, Rabi destaca que no início de todo ano, existem dois meses em que a inadimplência costuma gerar picos. Março é um deles, além do mês de maio, por conta do dia das mães. “Dia das mães é o Natal do primeiro semestre, só que as pessoas não têm o décimo terceiro sendo injetado na economia, por isso, observamos que sempre há um movimento muito forte de vendas e consumo, sem uma contrapartida da renda como é no final do ano. Logo, esses dois períodos, entre fevereiro e março, e mês de maio, a inadimplência costuma ser mais alta e representam os dois piores meses do ano em termos de inadimplência”, diz.
Nesse cenário, o economista afirma que o consumidor deve ser mais cauteloso e se conscientizar que esse não é o melhor momento para se endividar. Pelo contrário, é o melhor momento para se desendividar. “Os consumidores precisam esperar por um melhor momento para assumir novos financiamentos quando as taxas de juros estiverem mais baixas e isso só deve acontecer a partir de 2016, no segundo semestre. O ano de 2015 não vai ser um ano favorável para as pessoas aumentarem seus endividamentos, pois há um risco de desemprego, então isso é algo que o consumidor deve ponderar, e segundo, as taxas de juros estarão mais altas, então o preço do crédito continuará aumentando”, comenta.