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Marcos Vanderlei, diretor de crédito e cobrança do Itaucred, fez um panorama da crise e indicou desemprego, perda de renda familiar e atrasos no salário como os três principais motivadores da inadimplência. “Às vezes acontece do cliente não perder a renda, mas reduzir com esses atrasos”, explicou. De contra partida, entre as ações indicadas pelo executivo estão: investimento em ferramentas de cobrança, trabalhar a fidelização do cliente e, principalmente, mudar o conceito de prestador de serviço para parceria estratégica entre recuperadoras de crédito e bancos. “Quem não quebrar esse paradigma sofrerá sérias conseqüências”, completou.
Vanderlei indicou, ainda, alguns conceitos filosóficos a serem considerados no momento da escolha da empresa recuperadora de crédito. Ele explicou que os posicionamentos e valores devem ser parecidos para que a relação vá além do pagamento e recebimento. Para que sejam parceiras e cresçam juntas. “Temos que nos preparar para entender e trabalhar não só o perfil do cliente, mas de cada parceria também”, complementou José Paulo Rodrigues, superintende de cobrança do Banco Bradesco.
Com 90% das ações de cobrança terceirizadas, a estratégia da Eletropaulo é acompanhar de perto as ações das recuperadoras de crédito. “Tudo isso para não sofrermos danos na imagem e no bolso”, conta José Carlos Reis, gerente de cobrança e arrecadação da empresa. Reis comenta que o grande dilema da companhia é manter a base sempre atualizada, já que os clientes estão sempre se mudando. “Para tanto integramos, inclusive, nossas tecnologias com a de nossos parceiros. E como temo mais de uma recuperadora de crédito, procuramos manter uma relação de cooperação, e não competição, entre elas”, disse.
O conselho de Wallace Bourguignon, diretor de crédito e cobrança da Claro, é alinhar as ações de crédito e cobrança, já que uma interfere na outra. “A saída é entender o cliente para saber como atingi-lo”, afirmou. E nesse ponto o treinamento dos operadores se faz necessário, completou Claudio Monteiro Júnior, gerente geral de cobrança do Banco Panamericano. “É preciso não só comprar os melhores sistemas e pessoas, mas investir em capacitação”, alertou.