O cenário do crédito para financiamento de veículos, em 2012, foi marcado pelas medidas governamentais para incentivo do setor automotivo. Com a redução da alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados, durante grande parte do ano, as vendas de automóveis se mantiveram aquecidas e a Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, verificou a consolidação do saldo das carteiras de financiamento para a aquisição de veículos no ano em R$ 201,6 bilhões, crescimento de 0,3% na comparação anual.
Segundo o presidente da entidade, Décio Carbonari, não foi apenas este fato que marcou 2012. A taxa de juros manteve-se em queda durante todo o ano. Em dezembro de 2011, a ponderação média das taxas praticadas pelas associadas da Anef era de 1,50% a.m, caindo para 1,25% no final de 2012. As taxas anuais também apresentaram queda no período sendo que, a utilizada pelo mercado passou de 26,21% em 2011 para 19,90% ao ano em 2012, a Selic baixou de 11% para 7,25% a.a e a praticada pelos associados Anef de 19,56% para 16,08% a.a.
“Esta redução na taxa média de juros, em conjunto com a prorrogação da política de redução na cobrança do IPI, agora com retorno gradual ao longo do ano, deverão manter as vendas aquecidas nos próximos meses e seguir atraindo um público com renda maior e com melhores garantias de pagamento para o mercado”, explica Décio Carbonari.
Apesar desta expectativa, Carbonari não acredita em um crescimento demasiadamente acelerado no número de financiamentos durante 2013. “O número de financiamentos deve ter uma elevação de 8%, passando de R$ 201,6 bilhões para R$ 217,7 bilhões, apresentando uma alta superior ao crescimento esperado, entre 3,5% e 4,5% do total de veículos licenciados no mercado interno durante 2013”, avalia o presidente.
Inadimplência
Um destaque positivo durante os últimos meses de 2012 foi a queda no saldo de inadimplência acima de 90 dias no CDC para pessoa física. O recuo da inadimplência foi bastante considerável, tendo seu auge de crescimento durante o mês de maio quando atingiu 6,1%, mas retrocedendo e fechando o ano em 5,3 % do saldo da carteira. A inadimplência no financiamento de veículos segue abaixo do índice de atraso total de empréstimos para pessoas físicas, que é de 7,9%.