A inadimplência no crédito para veículos trouxe sinais preocupantes no semestre e voltou a assombrar as financeiras. A taxa, que era de 2,6% em janeiro, pulou para 3,8% em junho. E as perspectivas para o resto do ano não são as melhores.
Não é só taxa em si que preocupa, mas seu comportamento ao longo do semestre. Tradicionalmente, a taxa tende a ser mais alta no começo do ano, graças ao acúmulo de obrigações – como matrícula escolar, IPVA e contas do Natal – para depois cair conforme avança o semestre. “A partir de março, a inadimplência costumava voltar para a tendência normal. Não voltou e começou a crescer”, diz Décio Carbonari, presidente da Anef.
A origem da inadimplência crescente estaria na combinação perversa entre o aumento de inflação e as demais medidas do Banco Central (BC), que encareceram o uso do cartão de crédito, criaram maior dificuldade em obter crédito pessoal e reduziram a capacidade dos clientes, em especial os de orçamento mais apertado, de pagar suas dívidas. “O que prejudicou o semestre foram as classes de renda mais baixa”, diz Carbonari.
Fonte: Valor Econômico – SP