Após várias quedas consecutivas, as taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em janeiro, aponta pesquisa da Anefac. Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, coordenador do estudo e vice-presidente da Anefac, estas elevações, que não foram generalizadas, podem ser atribuídas a dois fatores: expectativa do mercado financeiro com uma provável elevação da Selic, em virtude da demanda aquecida que vem pressionando os índices de inflação; e a situação nos mercados internacionais por conta da piora das economias na zona Euro, provocando incertezas quanto à capacidade destes países poderem reduzir os endividamentos e os déficits fiscais, o que provocou um aumento dos juros futuros.
Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, três elevaram as taxas de juros no mês (juros do comércio, cheque especial e empréstimo pessoal-bancos) e três tiveram suas taxas de juros reduzidas (cartão de crédito, CDC-Bancos-Financiamentos de veículos e empréstimo pessoal-financeiras). A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,01 ponto percentual no mês (0,25 pontos percentuais no ano) correspondente a uma elevação de 0,15% no mês (0,21% em doze meses), passando a mesma de 6,86% ao mês (121,71% ao ano) em dezembro/2009 para 6,87% ao mês (121,96% ao ano) em janeiro/2010 sendo esta a maior taxa de juros média desde dezembro/2009.
Das quatro linhas de crédito para pessoa jurídica pesquisadas, três elevaram as taxas de juros no mês (capital de giro, desconto de duplicatas e desconto de cheques) e uma foi reduzida (conta garantida). A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,54 pontos percentuais em doze meses) correspondente a uma redução de 0,83% no mês (1,01% em doze meses), passando a mesma de 3,62% ao mês (53,22% ao ano) em dezembro/2009 para 3,65% ao mês (53,76% ao ano) em janeiro/2010 sendo esta a maior taxa de juros média desde dezembro/2009.