A inadimplência do consumidor registrou alta de 6,9% em junho de 2011, na comparação com o sexto mês de 2010, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Foi a quinta elevação seguida da taxa em 2011 frente os resultados do ano anterior, um indicativo de que a crescente alta de juros combinada com inflação mais forte vem contribuindo, mês a mês, com um cenário de inadimplência do consumidor, conforme avaliação do economista e presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.
Segundo o economista, o comportamento da inadimplência tem mostrado uma tendência de elevação, ainda que mais moderada, para os próximos meses, projeção que diverge da posição oficial do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que disse nesta terça-feira (05) esperar que a inadimplência recue nos próximos meses.
“Essa é uma tendência que preocupa, pois reflete um quadro de juros altos com demanda reprimida das classes mais baixas, que estão se comprometendo com gastos além da sua capacidade de pagamento”, avalia Pellizzaro.
De acordo com números do SPC Brasil, no primeiro semestre de 2011, a inadimplência acumula alta de 4,25%, frente e os seis primeiros meses de 2010, também a quinta elevação seguida do indicador acumulado, que iniciou o ano em baixa de 10,09%. Em maio e abril, as altas eram sensivelmente menores, de 3,61% e 2,24%, respectivamente, o que indica uma tendência de elevação mais forte da inadimplência.
Na passagem de maio para junho, a inadimplência registrou baixa de 10,09%, o segundo resultado negativo da série, em função das vendas Dia dos Namorados, e a tendência do brasileiro em honrar compromissos para manter-se ativo no consumo.