Juros: até onde redução favorece a atividade?


 As taxas de juros são fundamentais para o andamento da economia brasileira. A queda dessas taxas aumenta o número de investimentos, aquece o mercado de crédito, dentre outros fatores que estimulam um crescimento econômico no País. Tratando dessas afirmações e de outros fatores extremamente importantes para essa realidade, o Portal Crédito e Cobrança apresenta neste final de semana um Especial sobre o assunto, identificando como tais reduções impactam no mercado de crédito e cobrança. 

Para tanto, ouvimos com exclusividade especialistas no assunto, como o professor da FAE Centro Universitário, Carlos Ilton Cleto, doutor em Engenharia da Produção, mestre em Desenvolvimento Econômico, especializado em Finanças e graduado em Ciências Econômicas. De acordo com ele, não só para a economia brasileira, mas para qualquer sistema econômico, a taxa de juros é uma variável determinante para as decisões de consumo das famílias e de investir dos empresários. “Não tem como imaginarmos as economias contemporâneas sem crédito. A taxa de juros é o preço da moeda, ou seja, o preço do crédito. Assim, quanto mais barato for este, mais acessível ficará para ser utilizado na demanda, estimulando, por sua vez, o crescimento econômico”, assegura.

Com a redução das taxas, existe a disponibilidade de novos recursos para consumo perante um público ávido por ofertas de crédito, aponta o professor de Economia da FGV/IBS, Mauro Rochlin. “A taxa de juros define um dado nível de consumo e de investimento. Quanto maior é a taxa de juros, menor tende a ser o consumo e o investimento. Isto porque a venda a crédito fica mais cara diante de uma taxa de juros maior e isso desestimula o consumo. E o consumo é uma variável fundamental na economia em termos de crescimento econômico. Quanto mais a população consome, mais o País cresce”, enfatiza.

Por outro lado, o aumento do acesso ao crédito e a consequente redução nas taxas de juros influenciam diretamente na variação dos números da inadimplência no País. Com o alto número de negociações de empréstimo, financiamentos, investimentos, sendo realizados a baixos juros, os índices de dívidas pendentes oscilam, como afirma o professor do departamento de Economia da PUC-Rio, José Márcio Camargo. “Por enquanto, os índices de inadimplência continuam altos e até crescendo. A expectativa é que com a taxa de juros mais baixa, o cliente possa ir ao banco e pedir dinheiro emprestado para pagar uma dívida anterior. E esse dinheiro vai com uma taxa de juros mais baixa. Pode-se pegar um empréstimo a 30% e pagar uma dívida anterior. Isso reduz a taxa de juros do tomador de empréstimo e consequentemente facilita o pagamento da dívida, o que faz com que a inadimplência caía, mas, por enquanto, a inadimplência continua alta”, aponta.

No entanto há quem diga que trata-se de uma medida pontual. “A taxa de juros representa o preço de mercado do dinheiro, consequentemente, mudanças na taxa de juros alteram o comportamento dos indivíduos frente a decisões de consumo e poupança. Com a recuperação do nível de atividade econômica a inflação vai se elevar e a taxa de juros será ajustada para cima, por isso trata-se de uma medida pontual e não de uma tendência”, opina Eduardo Coutinho, coordenador da graduação de administração do Ibmec de Minas Gerais.

Veja na íntegra o posicionamento dos especialistas no assunto.

As taxas de juros e suas variáveis

Medidas governamentais e ações estabelecidas pelas instituições financeiras impactam na oscilação dos juros cobrados pelo mercado

A influência das taxas de juros no crédito

A queda dos juros impulsiona o acesso ao mercado de crédito pela camada menos favorecida da população e aquece a economia

Itaú reduz juros de linhas de crédito

Cortes seguem redução da taxa de juros Selic para 7,25% ao ano

O reflexo das taxas de juros

Os impactos da variação dos juros nos índices de inadimplência

O preço de mercado do dinheiro

Mudanças na taxa de juros alteram o comportamento e decisões dos consumidores

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