Em linha com as expectativas de mercado, a inflação oficial, medida pelo IBGE perdeu força e desacelerou para 0,35% em junho, depois de ter subido 0,78% em maio. Por conta do crescimento mais comedido, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresenta alta de 8,84%, ante 9,32% em maio. Esta foi a primeira vez que o número ficou abaixo de 9% desde junho de 2015 (8,89%). Ainda assim, o resultado segue bastante acima da meta oficial estipulada pelo governo que é de 4,5%. Para o presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro Junior, o arrefecimento dos dados da inflação oficial tornam mais crível a convergência à meta de 4,5% em 2017, o que abre espaço para a queda na taxa de juros Selic ainda neste segundo semestre.
“A manutenção da política monetária com juros elevados combinada com a queda na demanda por conta da atividade econômica mais fraca e o recuo do dólar estão contribuindo para a desaceleração do aumento dos preços. No entanto, a trajetória de convergência do IPCA à meta será lenta e gradual. Ainda assim, a solidificação da trajetória descendente dos índices abre espaço para que o Banco Central comece a cortar a taxa de juros já no segundo semestre de 2016. Importante notar que o início do ciclo de redução da Selic só terá os efeitos benéficos para a economia em 2017. A expectativa para o ano que vem é de uma evolução positiva na confiança dos consumidores e empresários, contribuindo para a melhora do cenário macroeconômico, mesmo que de forma gradual”, analisa ele.
Os dados abertos do IPCA por grupo mostram que, apesar da desaceleração de 0,78% para 0,71%, os itens de alimentação ainda representam a maior contribuição para o aumento do índice. Os destaques de alta são o feijão e os leites e derivados. Por outro lado, os transportes tiveram a maior contribuição para a queda do índice por conta das passagens aéreas.