Com o recente aumento na taxa de juros, Selic, as empresas que trabalham com concessão de crédito tiveram que fazer algumas mudanças, tanto internas como externas para continuar a atender os clientes e evitar perdas. Uma delas, que já está em curso, é o repasse da alta para as taxas de juros das operações de crédito, tanto para a produção (pessoa jurídica), bem como consumo (pessoa física), de acordo com Miguel José de Oliveira, Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac.
Dentro disso, ele comenta que, em um ambiente de menor crescimento econômico, de um lado há igualmente uma redução no volume dos empréstimos e na intenção dos empresários por novos empréstimos para investimentos. Entretanto, as empresas precisam dar conta dos custos fixos o que implica em buscar mais limites de crédito, aponta Olivera. “Agregado a isso, normalmente no último trimestre do ano a necessidade de crédito das empresas cresce, na medida em que precisam de recursos para produzir e entregar um volume maior de encomendas, além do fato de que no final do ano as empresas têm despesas maiores como, por exemplo, o pagamento do 13º salário o que significa maior necessidade de empréstimos”, afirma.
Para os consumidores, a repercussão da alta será sentida no bolso, de acordo com o diretor, já que “quanto maior os juros, maiores serão os repasses para os preços e mais caros vão ficar os empréstimos”. Olivera afirma que uma maior quantidade de juros significa que os produtos vão ficar mais caros nos financiamentos, o que reduz o poder de compra do consumidor já que terá que pagar mais juros pelos mesmos produtos. Outra medida igualmente sentida de alguns meses para cá, é a seletividade dos bancos no crédito, reduzindo o consumo e com isso reduzindo a pressão sobre os preços de forma a termos uma redução na inflação. “Em um ambiente de menor crescimento aumenta o risco de alta da inadimplência, o que leva então as instituições financeiras a serem mais criteriosas e restritivas na concessão dos financiamentos” explica.