MPES não querem crédito
Apenas 9,4% dos micro e pequenos empresários têm a intenção de procurar crédito nos próximos três meses, segundo pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). O indicador mensal registrou apenas 13,14 pontos em dezembro de 2015, ficando praticamente estável em relação a novembro, quando foi de 13,47. A escala do indicador varia de zero a cem. Entre os empresários que não pretendem contratar crédito, mais da metade, 51,6%, dizem que conseguem manter o negócio com recursos próprios, e 25,5% alegam que no momento não estão pensando em fazer novos investimentos na empresa.
Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a economia brasileira não inspira a confiança necessária para que os empresários assumam compromissos de longo prazo, principalmente em um momento em que os brasileiros estão diminuindo o consumo de bens e serviços. “Os problemas que compõem o complicado cenário econômico atual contribuem para aumentar as incertezas em relação ao futuro da economia e dos negócios”, diz Honório.
Para aqueles que pretendem tomar crédito nos próximos meses, o microcrédito aparece como a principal modalidade a ser contratada, sendo mencionada por 47,4% dos entrevistados, seguida pelo cartão de crédito empresarial, 19,7%. De acordo com o indicador do SPC Brasil, o crédito destina-se, principalmente, para capital de giro, 46,1%, compra de estoques ou insumos, 30,3%, e para a reforma da empresa, 25%.
MPEs não pretendem investir
O Indicador de Investimentos MPE também registrou um baixo patamar, o que demonstra que a recessão econômica também está afetando os planos de expansão dos micro e pequenos empresários. Na comparação entre novembro e dezembro, o indicador caiu de 27,18 pontos para 25,16 pontos, sendo que quanto mais próximo de cem, maior é a propensão ao investimento.
Cerca de 70,0% desses empresários não pretendem investir nos próximos 90 dias. “O número reflete a desconfiança com o cenário econômico. As projeções para 2016 apontam para mais um ano de queda do PIB, que pode chegar a 3%. Diante desse quadro, o incentivo para expandir os negócios ou realizar melhorias é menor”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O principal investimento a ser realizado pelos entrevistados que pretendem investir é a reforma da empresa, mencionada por 40,6%. Também aparecem com destaque a aquisição de equipamentos e maquinário, 33,7%, mídia e propaganda, 26,9%, e a ampliação dos estoques, 25,7%. Entre eles, a maioria pretende usar capital próprio, 66,3%, e outros 27,4% pretendem recorrer a empréstimos em bancos e financeiras.