Uma mudança no olhar crítico. É assim que o sócio fundador da DMC Consultoria, Dorival Machado, avalia o futuro do mercado com a nova fase do Cadastro Positivo, em vigor deste a última quinta (1). Na visão do executivo, inicia-se a construção de uma nova cultura na concessão de crédito e, o maior desafio para as empresas se dá na adaptação destas a essa nova realidade. “Evidentemente que o foco das empresas de cobrança vai ser sempre as pessoas de menor risco, afinal elas representam a receita de suas empresas”, evidencia Machado.
A mentalidade dos consumidores e gestores também passa por mudanças, como explica Machado. Contudo, é preciso dar o tempo necessário para se observar os efeitos que o banco de dados, com os bons pagadores, irá trazer. “Como mudar cultura não se faz da noite para o dia, acredito que ainda leve algum tempo para a total implementação. Não menos do que um ano, em minha opinião”, diz o consultor, o qual afirma que o desfio das companhias de crédito e cobrança se dará com transformações “nas políticas, nas abordagens e nos sistemas de informação”, pontua.
Inadimplência
Uma visão em longo prazo também terá que ser dada aos níveis de inadimplência. Machado pondera que a tendência dos próximos meses, de queda no número de inadimplentes, siga a razão natural do mercado, algo que independe da nova fase do Cadastro Positivo. “Não creio em grandes resultados nos próximos meses. O que acontecer certamente não será em razão do cadastro positivo e sim tendência que já vinha se desenhando”, esclarece.
Perspectivas
Antes de apostar todas as fichas nesta nova fase do Cadastro Positivo, as companhias necessitam rever as mudanças necessárias, para assim, adequarem o histórico do bom pagador em suas operações. Em ritmo natural, as transformações nos consumidores também deverão ser levadas em consideração. “Não acredito numa correria e, total adesão, com abandono do cadastro negativo. No negativo, se você quiser crédito não consegue, no positivo você tem mais chances, mas não é a garantia do sucesso na concessão. Ademais, existe uma série de pequenas atitudes operacionais que têm que se feitas, como autorizar a divulgação dos dados e assim por diante”, finaliza Machado.