No primeiro trimestre de 2014, as contemplações nos grupos de veículos automotores mostraram-se importantes nas vendas setoriais do mercado interno, segundo levantamento feito pela assessoria econômica da ABAC, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, apoiado em dados disponibilizados pelo Banco Central do Brasil. O setor de motocicletas foi o que apresentou maior média nacional de participação, 52%. O porcentual aponta uma a cada duas motos comercializadas internamente pelo Sistema de Consórcios. Os destaques foram o volume de 125,3% registrado no Amapá, seguido por 89,3% do Mato Grosso do Sul, e 86,5% de Tocantins. A média da região Norte esteve em 67,5%, ligeiramente acima dos 66,3% do Centro-Oeste, segunda colocada.
No setor de veículos pesados, um dos sinalizadores da economia em razão do transporte rodoviário de carga refletir o nível das atividades no país, os consórcios tiveram importante presença na comercialização de caminhões no mercado interno, de janeiro a março último. A média nacional de 27,1%, ou seja, pouco mais de uma unidade a cada quatro, ficou atrás apenas das regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentaram médias de 45,6% e 39,7%, respectivamente. O estado do Acre com 65% foi o maior registro, seguido por Mato Grosso com 63,3% e Pará com 58,2%.
Com maior volume de participantes, o setor de veículos leves, que inclui automóveis, utilitários e camionetas, atingiu a média nacional de 17,4% nos três primeiros meses do ano, isto é, um veículo a cada seis comercializados no mercado interno. Apontou os estados do Amazonas com 38,4%, Acre com 31,4% e Rondônia com 26,4%, todos no Norte do país. A média dessa região chegou a 28,4%, seguida pela do Sudeste com 18,3%, ambas também acima da nacional.
Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, “As razões dessa predominância dos consórcios tanto no Norte como no Centro-Oeste e Nordeste estão na evolução do comportamento do brasileiro. Mais atento e consciente de suas responsabilidades, tem procurado adotar o consumo responsável e inserido o planejamento financeiro no seu dia a dia. Antes de comprar um bem, como um veículo, ou contratar um serviço, seja como pessoa física ou jurídica, o consumidor tem analisado, por exemplo, o seu custo e a sua efetiva necessidade imediata. Ao pensar no futuro, tem procurado evitar endividamentos excessivos e buscado seus objetivos, muitas vezes, por meio do consórcio, um sistema de autofinanciamento que existe no Brasil há mais de 50 anos”.