A implantação do Cadastro Positivo significará uma nova rotina para os bancos e para as empresas de crédito e cobrança, espalhadas pelo Brasil. Com a regulamentação da lei, as instituições financeiras terão mais uma ferramenta para ajudar no momento de se conceder ou não crédito para uma determinada pessoa, além de permitir a prospecção de novos negócios com uma parte menos favorecida da sociedade, como verifica o presidente do Conselho da Pequena Empresa da Fecomercio SP e professor da FEA/USP, Paulo Feldmann. “O Cadastro Positivo serve para que o banco se sinta mais tranqüilo ao conceder empréstimo. Os bancos vão emprestar mais dinheiro para pessoas que normalmente eles não emprestam”, aponta.
Muitas vezes, as razões para que os bancos não autorizem a concessão de crédito para determinados clientes está no fato de não haver acesso ao histórico das finanças dos solicitantes, o que pode mudar com a entrada do Cadastro Positivo. “Se o individuo é aquele que paga corretamente suas contas, o banco, hoje, não fica sabendo por que essa pessoa não está no cadastro da Serasa e das outras empresas. Então, o Cadastro Positivo é importante porque o banco vai ver que um determinado indivíduo paga suas contas em dia e o empréstimo poderá ser concedido”, salienta Feldmann.
O gestor acredita que a regulamentação da lei pode incentivar os endividados a pagarem em dia, o que ajudará aos bancos. Porém, o executivo ressalta que isso não significa que dívidas muito longas, com muitas parcelas, venham a ser quitadas de forma antecipada para que um indivíduo se beneficie do Cadastro Positivo. “Vai incentivar a pagarem em dia, isso sim. Mas não a liquidarem a dívida. Aqueles que têm uma dívida de 24 meses pela frente, não vão liquidar essa dívida por causa do cadastro positivo. O que o cadastro positivo pode fazer é que se pague cada uma das 24 parcelas em dia, para que ele possa ficar bem no cadastro positivo”, reforça.
Independentemente do número de devedores nos bancos diminuírem, ou não, perante o Cadastro Positivo, Feldmann acredita que a quantidade de negociações para tomada de crédito deve aumentar, o que fará a carteira de clientes crescer, principalmente pela entrada da parcela da população, que na maioria das vezes, não tem acesso a essa realidade. “Espero que aumente o volume de empréstimos. Que os bancos agora se sintam confortáveis para emprestar para uma parcela maior da população. Justamente, pessoas que não têm acesso ao crédito. Se comprovarem que são bons pagadores, terão. Se o indivíduo comprova que ele é um bom pagador, o banco se sente estimulado a emprestar para ele o que estimula o crescimento do número de empréstimos. Isso deve acontecer. Essa parcela nova, que é o pessoal que tem cadastro positivo, será um ponto favorável para o banco emprestar dinheiro para as pessoas”, conclui.
