Um ano positivo, sem grandes dificuldades, estável e de crescimento. É assim que 2014 tem sido encarado por profissionais do mercado de crédito e cobrança. Os consumidores conseguiram ser mais cautelosos, o que trouxe estabilidade para a inadimplência e o crédito foi concedido com mais tranquilidade. De acordo com Célio Lopes, consultor de serviços financeiros, mesmo com o pequeno crescimento da inadimplência no segundo semestre do ano, o mercado não se assusta, pois ainda está muito melhor do que nos anos anteriores. “A recuperação de crédito foi muito melhor que 2013. Os consumidores reduziram seus gastos com financiamento e a remuneração média continuou crescendo acima da inflação, facilitando o pagamento das dívidas. A redução do apetite das instituições financeiras na concessão de crédito ajudou nessa condição”, comemora.
Além disso, de acordo com Lopes, o uso dos bancos públicos como instrumento político na concessão de crédito foi o principal fator no setor em 2014. “A regulamentação de condições jurídicas que permitem uma recuperação mais rápida e barata de bens de consumidores inadimplentes também foi muito positiva”, comenta.
No entanto, para o executivo, diversos acontecimentos no cenário político e econômico nacional trouxeram incertezas para 2014, principalmente em investimentos de empresas. “O conjunto de carnaval tardio, Copa do Mundo no Brasil, incerteza eleitoral e graves denúncias de corrupção minaram a economia do país em 2014 e influenciarão negativamente os próximos anos. A inflação continuou crescendo, o PIB desacelerando, o emprego perdendo força e o investimento em infraestrutura continuou errático”, explica.