Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (29), a Boa Vista SCPC anunciou os dados do estudo que visa traçar o perfil do consumidor inadimplente, principalmente na atual situação econômica do País, bem como fazer previsões sobre a intenção de pagamento e novos consumos ao longo do ano. Desta forma, o desemprego é a causa da inadimplência para 35% dos consumidores, seguido de descontrole financeiro (28%), diminuição de renda + despesas extras (17%), empréstimo do nome a terceiros (11%), e outros motivos (9%). O desemprego tem afetado mais as famílias que ganham até três salários mínimos de renda familiar mensal (41%).
Analisando a forma de pagamento utilizada para a compra que gerou a inadimplência, a principal resposta entre os entrevistados foi o carnê/boleto (30%), seguido de cartão de crédito (27%), cheque/cheque especial (20%), uso do empréstimo pessoal (13%) e cartão da loja (10%). Observando-se os produtos e serviços que originaram a inadimplência, em primeiro lugar temos os móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos para 25% dos consumidores. Na sequência, contas diversas como IPVA, IPTU, condomínio, academia, educação (17%), vestuário e calçados (16%), alimentação (15%), contas de consumo como água, luz e gás (14%), empréstimo pessoal (7%), materiais de construção (4%) e financiamentos de casa e veículo (2%).
Quitação das dívidas e endividamento
Em março de 2014, 19% dos consumidores estavam com mais de 50% da renda familiar comprometida com dívidas, e esse percentual passou para 30% em 2015. Desta forma, observa-se que o nível de endividamento do consumidor aumentou. Os que se declaravam muito endividados passou de 22% (em março de 2014) para 26% (em março de 2015), e os que se declaravam mais ou menos endividados de 42% para 44%. Em março de 2014, 36% dos consumidores se declaravam pouco endividados, e em 2015 esse percentual caiu para 30%.
Quando questionados sobre a condição de quitar as dívidas, 76% declaram que irão efetuar o pagamento e 24% esperam negociar o valor total da dívida. Além disso, 70% dos consumidores pretendem regularizar as dívidas nos próximos 30 dias, 14% entre 30 e 90 dias, e 16% acima de 90 dias.
Gastos futuros
A compra do carro é o desejo de 43% dos consumidores, assim que conseguirem quitar suas dívidas e limpar o nome. Em seguida, aparece a casa própria para 23% dos entrevistados, eletrodomésticos (8%), material de construção (7%), móveis (6%), eletrônicos (4%), celular (3%) e outros (6%). Já o “sonho de consumo” é a casa própria, afirmam 56% dos pesquisados, seguido do carro (23%), viagens (8%), estudos (2%) e outros (8%). 3% dos entrevistados dizem não ter nenhum sonho de consumo. E 80% dos consumidores não estão preparados para a realização de seu sonho de consumo no momento, mas acreditam (96%) que o realizarão no futuro.
Apesar de registrar um alto percentual entre os consumidores, o otimismo sobre a projeção de sua situação financeira para os próximos 12 meses diminuiu consideravelmente de 90% em dezembro de 2014 para 80% em março de 2015. E aumenta de 2% para 7% os que julgam que a situação financeira estará pior até março de 2016. Para 13%, estará igual. Já 35% dos entrevistados acreditam que as dívidas aumentaram em relação ao ano passado. Em março de 2014, esse percentual era de 27%. Para 25% as dívidas diminuíram e para 40% permanecem iguais.
“Mais uma vez o consumidor revela amadurecimento, como temos constatado em sucessivas pesquisas. Ao se declarar não estar preparado no momento para realizar o seu grande sonho de consumo – a casa própria -, o consumidor demonstra não só que está com o pé no chão, mas também a consciência da importância de sua reputação de crédito, pois se trata de uma aquisição totalmente dependente do crédito”, afirma Dorival Dourado, presidente da Boa Vista SCPC.