Recessão econômica afeta brasileiros

Nos últimos quatro anos, o número de brasileiros com dívidas no cartão de crédito cresceu 56%. Já o índice de pessoas com atrasos em crédito pessoal (empréstimos ou cheque especial) triplicou. Os dados são do Instituto Geoc, que reúne empresas de cobrança do Brasil, e anualmente traça o perfil dos inadimplentes no país. A pesquisa foi realizada em outubro, em um universo de 110 mil consumidores, entre inadimplentes e pagadores. 
Dos entrevistados, 79,93% afirmaram ter dívidas em atraso e 74,49% estão com o nome negativado na lista de restrição ao crédito. O cartão de crédito está no topo da lista, citado por 65,53% dos devedores, seguido de crédito pessoal (34,47%), financiamento de veículos (22,98%) e crédito consignado (14,89%). 
Ainda segundo a pesquisa, oito em cada dez pessoas não receberam qualquer tipo de orientação financeira na hora de obter o empréstimo. “Apesar disso, a população se mostra mais madura em relação ao crédito. Na hora de adquirir um novo financiamento ou empréstimo, 47,96% disseram que a primeira preocupação é com os juros embutidos. Apenas 21,77% dizem que adquirem uma nova dívida antes de quitar a anterior”, analisa o diretor do Instituto Geoc, Jefferson Frauches Viana. Mais da metade dos entrevistados empresta o nome para parentes e amigos e 76,69% deles já tiveram o nome restrito ao crédito por causa disso. 
A pesquisa do IGeoc também analisou se a Copa do Mundo e as Eleições interferiram no bolso dos brasileiros. 16,67% das pessoas gastaram mais durante os jogos, enquanto 10,88% gastaram menos. 12,24% esqueceram de pagar alguma conta ou dívida em julho. Na opinião de 12,93% das pessoas, o período eleitoral está sendo pior para negociar pendências financeiras. 
Outra constatação é que o brasileiro está sentindo no bolso o mau momento da economia. 41,16% consideram que 2014 está pior do que 2013 para as finanças pessoais. Quase metade dos entrevistados (47,28%) não deve quitar suas dívidas em 2014. 39,12% pretendem quitar até o fim do ano e apenas 13,61% no próximo mês. “Para equilibrar o orçamento, 53,40% das pessoas estão comprando menos supérfluos e 40,48% estão saindo menos (para comer fora / para ir ao cinema / para passear com meus filhos)”, completa Viana.

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