O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor fechou o primeiro semestre do ano com alta de 22,3%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, representando o maior aumento em nove anos. Segundo os economistas da Serasa Experian, o crescimento da inadimplência no semestre é justificado pelos efeitos da política monetária para controle da inflação, alta dos juros, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e encarecimento do crédito.
De acordo com os economistas, no contexto de inadimplência em alta, deve-se considerar um problema estrutural que também contribui para esse fato. A atual configuração do sistema de informações de crédito, baseada nos dados negativos, não é mais suficiente para apoiar uma boa decisão de crédito. É necessário reverter esta situação, o mais breve possível. Com a adoção de informações abrangentes, comportamentais, como é o cadastro positivo, melhor será a avaliação do risco de crédito, como é feito no resto do mundo. Dar condições para a ampliação da eficiência do mercado é determinante para um crédito bem concedido e para a redução da inadimplência.
A inadimplência do consumidor também apresentou crescimento nas comparações mensais e anual. Na relação mensal, o índice perdeu o fôlego e registrou alta de 7,9%, na comparação com maio. Na análise anual, o indicador apontou crescimento de 29,8% (em maio o percentual foi de 21,7%), representando o maior aumento desde maio de 2002.
Na decomposição do indicador a inadimplência com os bancos foi a principal responsável pela alta do índice mensal, com aumento de 8,1% (contribuição de 3,8 pontos percentuais na variação total). As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), e os cheques sem fundos também colaboraram para a alta do indicador com variação de 5,4% (2,2 p.p) e 18,9% (2,1 p.p), respectivamente. Os títulos protestados não permitiram que o índice subisse pouco mais e apresentou queda de 11,7%, com contribuição negativa de 0,2%.