Novo prognóstico feito pela Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC), associação civil de direito privado, aponta que com o agravamento da crise, a inadimplência, em trajetória de alta impulsionada pelo desemprego, só deve começar a cair em 2018. O levantamento anterior, feito em dezembro de 2015, apontava como 2017 a data do começo da queda. O prognóstico leva em conta a análise de diversas variáveis: nível deprimido da atividade econômica, a fraca evolução da massa de rendimentos e do nível de emprego, além do enfraquecimento da oferta de crédito aos consumidores e às empresas refletindo o aumento das provisões para perda com crédito feitas pelos bancos, que estão no maior nível desde 2013.
O adiamento para recuo na inadimplência se deve, fundamentalmente, pela tendência de aumento do desemprego, principal causa da inadimplência a partir de 2015, o qual vem deixando para trás o endividamento como causa principal. De fato, o desemprego atingiu 10,9% no primeiro trimestre de 2016 contra 7,9% no primeiro trimestre do ano passado.
Além do aumento do desemprego, estamos presenciando queda na renda real da população. Se no ano de 2015, a renda média real do trabalhador teve um recuo de 0,2%, em termos reais, frente ao ano de 2014, apenas no primeiro trimestre deste ano de 2016, a queda na renda real já é de 3,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Assim, com desemprego em alta e rendimento em baixa, o atraso das pessoas físicas vai aumentar, já que terão maiores dificuldades em honrar seus gastos recorrentes como luz, água, telefone, plano de saúde, mensalidades escolares, prestações de financiamentos, etc.