O Indíce SCPC Nacional de Crédito ao Consumidor, que reflete o movimento de consultas aos mais de 2.200 SCPCs e SPCs de todas as regiões do Brasil, apresentou crescimento de 5,5% em outubro, sobre o mês anterior. O resultado confirma a tendência de recuperação do crédito e das vendas do varejo, embora se deva considerar que a base de comparação, setembro, não tem datas promocionais e teve um dia útil a menos.
O desempenho foi diferenciado por regiões, com o Sul apresentando a maior expansão, 9,8%, compensando o fraco desempenho do mês anterior, quando a região foi muito castigada pelas chuvas. O crescimento das consultas foi de 5,8% no Centro Oeste, 5,1% no Sudeste, 3,7% na Norte e 0,7% no Nordeste. Comparativamente a igual mês do ano passado ainda observa-se queda menor no movimento dos SCPCs e SPCS, de 8,7%, sinalizando que até o final do ano deve-se atingir o patamar anterior à crise.
No tocante à inadimplência, pesquisa realizada com base no critério do endereço do consumidor, abrangendo a quase totalidade dos registros, ocorreu aumento de 6,5% no número de Novos Registros na comparação de outubro com setembro e queda de 12,4% em relação a outubro de 2008, mostrando que melhora da situação de solvência do consumidor comparativamente ao ano passado.
O valor dos Registros Recebidos incluídos na rede de SCPCs e SPCs no mês passado foi 5,5% maior do que o de setembro, mas 6,4% menor do que o observado em outubro de 2008. O valor médio dos registros incluídos caiu de R$ 1.868 em setembro para 1850 reais em outubro, contra R$ 1.731 em outubro de 2008.
Do lado dos Registros Cancelados, isto é CPFs que constavam do Cadastro Negativo, mas que foram pagos ou renegociados, o número de cancelamentos foi 0,9% menor em outubro do que em setembro, mas 6,1% maior do que em igual mês do ano passado, reforçando a melhora da situação da inadimplência do consumidor em relação ao início da crise. O valor dos Cancelamentos foi 5,3% maior em outubro sobre setembro e 34,8% superior ao registrado em outubro de 2008. O valor médio dos registros cancelados subiu 28%, passando de R$ 1.450,00 em outubro do ano passado, para R$1.856,00 neste ano, o que, combinado com o aumento do número de Cancelamentos, explica o forte crescimento do valor dos pagamentos e renegociações.
O economista da ACSP Marcel Solimeo considera que a redução do número de Novos Registros pode ser explicada, em parte, pelo menor volume de crédito e maior seletividade nos financiamentos concedido no primeiro semestre. De outro lado, o crescimento do número e do valor dos Cancelamentos se justifica pelo aumento do emprego e da renda, mas, também, pela maior facilidade de renegociação oferecida pelos credores graças à retomada do crédito, queda das taxas de juros e alongamento dos prazos dos financiamentos.