Quando a Fairplace passou a operar, em abril de 2010, a estimativa para os quatro primeiros meses era de emprestar um volume próximo de R$ 400 mil, mas a aceitação do público foi além do esperado e, em junho, o valor total de empréstimos ultrapassou R$ 665 mil, correspondendo a 187 créditos concedidos. A empresa chegou ao mercado para oferecer a negociação de empréstimo entre pessoas, sem vínculo com bancos ou financeiras, pela Internet.
O serviço teve como base empresas norteamericanas e européias, como Prosper e Zopa, que também utilizam o conceito “peer-to-peer lending”. “Essa é uma modalidade tem como diferencial aproximar o investidor da pessoa que está precisando de dinheiro, permitindo que ele saiba o destino de seu investimento. Não esperávamos um retorno tão rápido, mas isso prova que os usuários aprovaram o modelo”, explica Eldes Mattiuzzo, diretor da Fairplace.
A pessoa que deseja solicitar crédito se cadastra no site da Fairplace e preenche a proposta de empréstimo com dados pessoais, valor desejado, finalidade e a taxa de juros que está disposto a pagar. Os pedidos de empréstimos podem variar de R$ 1 mil a R$ 5 mil. A partir daí, os dados são analisados pelo programa elaborado pelo Serasa Experian, onde é definido o score (classificação de risco) do tomador, que vai de AAA a E. O score é que dá base para os investidores definirem as taxas que irão cobrar. Quanto melhor for o score, menor será a taxa.
Após essa etapa é iniciado o leilão de taxas entre os investidores, onde as menores serão as escolhidas para compor a carteira de empréstimos do tomador. Assim, um só empréstimo pode ser composto por vários investidores, que também podem emprestar para diversos tomadores, formando uma carteira de risco diluído, com retornos previsíveis e muito atraentes.