Vamos com calma

Em maio, os consumidores paulistanos recuaram 2,2% na intenção de contrair financiamento em relação ao mês anterior, aponta Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo. Já em relação a maio de 2014, o índice apresentou um ligeiro aumento (0,6%) e registrou 20 pontos.
 
Para a Federação, apesar do recente aumento da parcela de famílias endividadas e com apertos orçamentários evidentes em razão do desemprego crescente e da corrosão salarial via inflação, boa parte delas ainda se mantém cautelosa, evita fazer novas dívidas e tenta manter as reservas financeiras. Isso significa que, a curto prazo, a tendência é de um quadro estável no cenário de crédito, com alta moderada da inadimplência. 
 
O índice que mede a segurança do crédito caiu em maio (-7%), na comparação mensal, e registrou 80,8 pontos. Em relação a maio de 2014, houve alta de 5%, o que comprova o fato de que os consumidores optaram por reduzir compras, adiar planos de aquisições financiadas e manter segurança financeira. O grupo de não endividados, que, até então, havia apresentado recuperação, sofreu queda e passou de 105 pontos em abril para 101,9 pontos em maio. Adicionalmente, no mesmo período em 2014, a taxa registrada era de 92,4 pontos.
 
Em contrapartida, o índice de segurança de crédito do grupo de endividados apresentou retração expressiva (-11,6%) e marcou 63,7 pontos em maio, contra 72,1 pontos em abril. Já na comparação anual, o índice marcou 60,9 pontos.
 
De acordo com a Fecomércio, mesmo com o ritmo de elevação do endividamento, o consumidor tem reagido de forma mais conservadora, especialmente aqueles que já notaram o endurecimento das condições econômicas. Isso significa que muitas famílias estão atentas em relação ao uso consciente de seus rendimentos e que, além disso, a percepção sobre as condições de emprego e renda estão mais claras e optaram por se manterem mais controladas por um período mais longo de tempo. Sem a retomada do crescimento e da geração de postos de trabalho, dificilmente esse quadro mudará.
Também é destacado que, apesar da cautela, uma parcela de endividados se vê obrigada a recorrer a financiamentos mais caros (como o cartão de crédito) para conseguir fechar as contas no final do mês.
 
A poupança ainda é a campeã das escolhas das famílias que têm aplicações – correspondendo, neste mês, a 72,1%. Na sequência, renda fixa, com 16,6%; outras aplicações, com 5,6%; previdência privada, com 3,8%; e ações, com 2%.

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