Vamos discutir esse crescimento?

O cartão de crédito tem alcançado grande número de consumidores brasileiros utilizando, devido à facilidade e ampliação do poder de consumo. Segundo dados informados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, Abecs, só em 2012, foram mais de 4 bilhões de transações no Brasil, que somaram R$ 479,5 bilhões em compras. Para Antonio Castilho, presidente da Elavon no Brasil, o cenário atual mostra que os cartões ganharam a preferência dos brasileiros, contribuindo para o crescimento do setor. “Os cartões de crédito tradicionais, emitidos por bancos, representam uma linha de crédito disponível ao portador sete dias por semana, 24 horas por dia. De posse desse instrumento o consumidor ganha condições de ampliar seu poder de compra. Nesse sentido, essa ferramenta foi fundamental para aumentar o volume de concessão de crédito do país à medida que a condição financeira da população foi melhorando”, declara o executivo.

Isso mostra que, se antes os consumidores recorriam a carnês, hoje a maioria buscam os cartões para realizarem suas compras, sejam de grande valor, ou pequeno, uma vez que muitos lugares já aceitam essa forma de pagamento. “O cartão de crédito ampliou muito o uso, com a queda da inflação e da taxa de desconto que o adquirente cobrava do estabelecimento, muitos lugares passaram a aceitar cartões, inclusive de tickets baixos. Hoje você vai à padaria e ele pergunta se você quer crédito ou débito”, conta Wanderval Alencar, diretor executivo da CSU CardSystem. Além disso, algumas bandeiras focadas no público de baixa renda devem continuar expandindo suas bases para atender esse consumidor, segundo Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria Boanerges & Cia. “Essa evolução deve continuar influenciando o processo de aculturação com cartões e consequentemente seu maior uso. Há também todo o estímulo proveniente da rede de aceitação, que deve continuar impulsionando o uso deste meio de pagamento”, explica.

Acompanhando a exigência do mercado, a indústria de meios eletrônicos de pagamento está sempre procurando acompanhar o crescimento, segundo Castilho, presidente da Elavon. “Nos últimos anos podemos destacar, por exemplo, a migração da tarja magnética para o chip, que aumentou a segurança e a usabilidade dos plásticos e mais recentemente, há cerca de três anos, houve a quebra da exclusividade para a captura das transações. Essa ultima mudança está começando a render seus primeiros resultados agora, com o surgimento de novas empresas para concorrer no segmento de adquirência. O aumento da concorrência certamente trará ganhos para todo o mercado”, afirma. Na visão do diretor da CSU, no futuro, o setor terá uma forte evolução devido ao investimento em tecnologia. “Por exemplo, pagamento mobile vai ajudar o setor porque todo mundo tem celular e a transação é confiável. O meio eletrônico passa a entrar em vários segmentos. Se parar para pensar, o cartão é um serviço financeiro que vai se ampliando”, conclui o executivo.