Velocidade reduzida!

O setor de crédito automotivo continua aquecido em 2013, porém em ritmo menor do que o passado recente. De acordo com o economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, o mercado está mais cauteloso em decorrência do aumento da inadimplência, aliado a deterioração econômica no primeiro semestre deste ano. Em entrevista exclusiva ao Portal Crédito e Cobrança, o especialista aponta quais são as perspectivas de um segmento que mostrou avanços de forma significativos nos último anos. 
ClienteSA – Como avalia o mercado de crédito para o setor automotivo este ano? 
Solimeo: Depois de uma expansão muito forte até a metade do ano passado, o financiamento de veículos passou a ser ter mais rigor, devido ao alto índice de inadimplência observado. Nos últimos meses nota-se alguma flexibilização, mas ainda mais contido do que no em 2012. Também a desaceleração do ritmo de crescimento da economia, que afetou inclusive o varejo do setor, contribuiu para a nova postura.

As financiadoras estão gerindo, de forma eficaz, o crédito automotivo? Quais são os desafios destas? 
Os agentes financeiros estão mais seletivos para conceder crédito, o que reflete nos prazos e exigências de entrada.
Desta vez quem é o alvo das financiadoras?  
Na medida em que a classe de renda mais baixa que entrou no mercado nos últimos anos já apresenta níveis de endividamento elevados, e o ingresso de novos consumidores está mais lento, deve aumentar a participação das classes A e B nas vendas de veículos e, consequentemente, nos financiamentos.
Como está o nível de inadimplência do setor automotivo? O mercado está “aquecido”para as recuperadoras?
A inadimplência dos financiamentos mais recentes de veículos vem caindo, mas ainda existe um grande estoque referente aos financiamentos antigos, que oferece boas possibilidades para as recuperadoras.
Quais são as suas perspectivas de crescimento deste setor para o próximo ano?
As perspectivas da economia para 2014 são de uma continuidade do cenário atual de crescimento baixo, ente 2,0% e 3,0%, o que deve refletir no menor aumento do emprego e da renda, afetando o desempenho do varejo em geral, inclusive o de veículos, com um ritmo de vendas muito próximo ao que se observa no momento, com expansão na casa de 3% a 4% das vendas. 

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