Edu Sani, CEO da Adsplay

A revolução da publicidade digital: como algumas plataformas estão redefinindo o mercado?

As mudanças revelam é uma nova lógica de mercado, que é o modelo publicitário baseado em dados de comportamento em escala global

Autor: Edu Sani

Nos últimos anos, o cenário da publicidade digital passou por uma transformação radical, impulsionada pelo avanço da tecnologia e pelo aumento do volume de dados disponíveis. Uma das principais protagonistas dessa mudança é a Amazon, que, até pouco tempo atrás, parecia ser apenas uma plataforma de comércio eletrônico e streaming de vídeos. No entanto, a gigante vem consolidando sua presença no mercado publicitário de forma surpreendente.

Se você achava que pagava para não ver anúncios, é hora de repensar. A Amazon, por exemplo, tem utilizado informações detalhadas sobre o comportamento de seus usuários — o que compram, o que procuram, o que assistem e até onde pausam um filme — para criar um ecossistema de publicidade altamente segmentado. Com a entrada da Prime Video na mídia programática, essa estratégia se tornou uma verdadeira central de distribuição de anúncios ultra segmentados, transformando a plataforma em uma potência publicitária.

E os números não mentem: a Amazon Ads já supera o faturamento do YouTube em anúncios nos Estados Unidos, consolidando-se como uma das maiores fontes de receita publicitária do mercado digital. Essa tendência não se limita à Amazon. Outras plataformas de streaming, como Netflix, Disney+ e Uber, também estão adotando estratégias similares.

A Netflix, que sempre se posicionou como uma plataforma livre de anúncios, passou a oferecer planos com publicidade desde 2022. A Disney+ abriu seu inventário programático em diversos países, incluindo EUA, Canadá e Europa. A Uber, por sua vez, está testando anúncios nos painéis dos veículos, no aplicativo e até durante as viagens, demonstrando que o modelo publicitário está se tornando indispensável até mesmo para plataformas premium.

O que essas mudanças revelam é uma nova lógica de mercado: o modelo publicitário baseado em dados de comportamento em escala global. Essas plataformas possuem informações que nenhum canal tradicional consegue replicar, possibilitando uma segmentação cirúrgica, maior eficiência nas campanhas e inventários altamente qualificados.

Para o mercado publicitário, especialmente o digital, essa realidade exige uma adaptação urgente. O que antes era visto como uma novidade ou uma estratégia secundária agora é prioridade nas maiores campanhas globais. Ignorar essa tendência hoje é como ter ignorado o Google Ads em 2005 — uma oportunidade perdida que pode custar caro.

Mais do que vender espaço publicitário, essas plataformas estão moldando o padrão do que será a mídia nos próximos anos. Portanto, se sua marca ainda pensa que mídia programática é apenas banners com CPC baixo, é hora de atualizar o entendimento. O mercado evoluiu e quem não acompanhar essa transformação corre o risco de ficar para trás.

A questão que fica é: você vai esperar a Apple TV entrar de vez nesse jogo ou vai se movimentar antes que sua marca se torne apenas mais uma figurante nesse novo cenário de publicidade digital?

Edu Sani é CEO da Adsplay.

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