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Métricas da internet: “é tudo fake”, acusa a ex-CEO do Reddit

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A “bomba” explodiu na quinta, 27/12, deflagrada no Twitter (onde mais?) de Ellen K. Pao (@ekp), ex-CEO do Reddit, uma supercomunidade da internet. Ou seja, alguém que sabe muito bem o que está falando.

O texto integral (e original) do tweet é este: “It´s all true: Everything is fake. Also mobile user counts are fake. No one has figured out how to count logged-out mobile users, as I learned at reddit. Every time someone switches cell towers, it looks like another user and inflates company user metrics.” Tradução: “É verdadeiro: tudo é fake. A contagem de usuários móveis também é fake. Ninguém descobriu como contar usuários móveis não logados, como eu aprendi no reddit. Todas as vezes que alguém muda de torre de celular, parece que é outro usuário e infla as métricas de usuários da empresa.”

Ela está concordando com Max Read, sênior editor do New York Magazine, e seu artigo How Much of the Internet Is Fake? Turns Out, a Lot of It, Actually, publicado no dia anterior na seção Intelligencer do site da revista. Segundo pesquisas confiáveis, diz Read, menos de 60% do tráfego na web é humano, dependendo do ano. Em alguns deles, bots chegam a ser maioria. Durante um período em 2013, segundo o NYTimes, metade do tráfego do YouTube era de “bots disfarçados de pessoas”, um percentual tão alto quese temeu que houvesse o que ocorresse um evento hipotético chamado “The Inversion”,em que os sistemas da rede de vídeos começassem a considerar o tráfego de bots como tráfego real e o humano como fake.

Resumindo, estamos trabalhando sobre “fake news”. E o realmente grave na história do Read é que as métricas deviam ser a coisa mais real na internet: contáveis, rastreáveis ​​e verificáveis, elas sustentam o negócio de publicidade que impulsiona as grandes plataformas sociais e de busca.

No entanto, nem mesmo o Facebook, a maior organização de coleta de dados do mundo, parece capaz de produzir números genuínos. Em outubro, pequenos anunciantes entraram com uma ação contra a gigante das mídias sociais, acusando-a de encobrir, durante um ano, avaliações exageradas do tempo gasto pelos usuários assistindo a vídeos na plataforma (de 60 a 80%, segundo o Facebook; 900%, dizem os queixosos). O site MarketingLand publicou uma lista impressionante de itens que, nos últimos dois anos, o Facebook informou erroneamente: alcance de postagens em páginas do Facebook (de duas maneiras diferentes), taxa em que os espectadores completam os vídeos, tempo médio gasto lendo seus artigos instantâneos,  quantidade de tráfego de referência do Facebook para sites externos, número de visualizações que os vídeos receberam por meio do site para dispositivos móveis do Facebook e número de visualizações de vídeos em Instant Articles. E isso é o que o Facebook admitiu.

Podemos chamar o artigo do Read de pessimista, do ponto de vista filosófico (vale a pena ler sua “visão matrix” do momento atual), mas há o risco de ele se tornar bem realista a médio ou talvez mesmo curto prazo.  Afinal, a principal moeda do marketing digital é confiança – e nesse ritmo, logo, ela começará a valer cada vez menos.

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