Estudo do Data8 mostra que os brasileiros 50+ de classe A – cerca de meio milhão de pessoas – concentram grande parte da riqueza patrimonial do país e sustentam um padrão constante e elevado de consumo
O Brasil vive um momento singular no consumo de alto padrão. Enquanto o mercado global de luxo atravessa um período de estabilidade, o país registrou crescimento médio de 12% ao ano entre 2022 e 2024, movimentando R$ 98 bilhões em 2024 e com previsão de atingir R$ 150 bilhões até 2030. O relatório “O cliente gold é prata”, conduzido pelo Data8, hub de inteligência sobre economia prateada, revela que o motor desse desempenho é prateado, ou seja, consumidores acima dos 50 anos.
Segundo Lívia Hollerbach, uma das coordenadoras do levantamento, os brasileiros 50+ de classe A – cerca de meio milhão de pessoas – concentram grande parte da riqueza patrimonial do país e sustentam um padrão constante e elevado de consumo. “Eles são os clientes mais rentáveis das corretoras, compõem o grupo VIP dos bancos e sustentam as margens das grandes grifes. O consumo per capita mensal desse público chega a R$ 4.911, muito acima da média nacional”.
O fenômeno da maior participação prateada no consumo de alto padrão é global. Nos Estados Unidos, os maduros controlam 70% da riqueza das famílias; na China, a economia prateada já alcança US$ 966 bilhões, com previsão de triplicar até 2035. Apesar disso, o estudo alerta para a baixa representatividade dos prateados na publicidade e nas campanhas de moda. Apenas 42% dos brasileiros 55+ de classe A se sentem vistos pelas marcas.
Para além dos dados econômicos, o estudo revela valores que orientam esse consumo: saúde, viagens, autonomia e qualidade de vida são prioridades declaradas. E marcas que entenderem esse cliente “gold que é prata” terão diante de si um mercado pequeno em número, mas imenso em relevância estratégica.
Principais insights
O estudo aponta que 78% dos brasileiros mais ricos têm mais de 50 anos, detendo US$ 860 bilhões em ativos líquidos – projeção de US$ 1 trilhão até 2030; o consumo per capita mensal dos 50+ de classe A chega a R$ 4.911, enquanto na classe B é de R$ 1.987; em 2024, os 50+ representaram 24% do consumo privado total dos lares brasileiros, movimentando R$ 7,3 trilhões; os setores mais consumidos por esse público incluem transporte (automóveis e viagens), habitação, saúde, gastronomia premium e moda de alto padrão; e é de R$ 150 bilhões a previsão do mercado de luxo brasileiro até 2030.