Autora: Roselake Leiros
É inegável que as redes sociais hoje são acessadas por quase totalidade dos internautas brasileiros. Mais do que nunca é evidente que vivemos conectados e é espantosa a velocidade com que a informação circula. Basta um clique para que em poucos segundos milhares de pessoas tenham acesso ao seu pensamento, a sua vida, a sua opinião, ou seja, a você.
Embora o público que frequenta assiduamente as redes sociais esteja na faixa entre 18 e 30 anos, os mais velhos também o fazem, muito. Outro dado observado é que a grande maioria dessas pessoas, em geral, ainda não estão maduras profissional e pessoalmente e facilmente se esquecem que não estão falando somente com seus amigos. Nessa hora elas se deixam levar por suas emoções ficando a razão em segundo plano e publicando pensamentos, comentários e fotos, que muitas vezes depõem contra elas mesmas ou ainda implicam diretamente a outros.
Trabalhamos com RHs e curiosamente percebemos que a maioria dos recrutadores de empresas de todos os portes consultam seus candidatos nas redes sociais. São encontrados desde postagem de fotos e comentários inapropriados até escritas com erros absurdos, ou textos que demonstram dificuldade de desenvolver raciocínio lógico. Esse tipo de postagem frequentemente é motivo de rejeição de candidatos para vagas. Mas como tudo tem uma contrapartida, estes mesmos recrutadores afirmam que já observaram também coisas surpreendentemente positivas nas redes de alguns candidatos, e que tais observações foram fator decisivo na sua contratação.
O fato é que as redes sociais são uma poderosíssima ferramenta de comunicação, mas a velocidade com que se inseriu na vida dos internautas tomou seu próprio usuário despreparado. Os mais velhos inábeis tecnicamente, vez por outra cometem equívocos lamentáveis. Quanto aos mais jovens imaturos, banalizam os efeitos de suas comunicações postando coisas inadequadas e excessivas e dizendo: “não pega nada”. Mas, o que é importante observar é que nas redes sociais não existe separação do que é pessoal e o que é profissional, a internet simplesmente é um local público.
Algo que também vale a pena citar é a frequência de casos de “fogo amigo”, como é denominado o caso do funcionário que não tem a intenção, mas acaba prejudicando a empresa em que trabalha com um comentário em rede social.
Nas redes sociais esse tipo de comportamento ganha um potencial muito maior e mais destrutivo, e são tantos os casos que as empresas hoje começam estabelecer algumas regras bem claras sobre a postura que espera dos colaboradores. Algumas até estão produzindo guia sobre boas práticas nas mídias sociais, para evitar tais escândalos que são punidos com demissão. Parece irônico, mas até empresas como Google nos Estados Unidos, Apple na Inglaterra e Locaweb no Brasil, diretamente ligadas ao fenômeno das Redes Sociais, já foram vítimas do “fogo amigo”.
Apesar dos riscos envolvidos, as redes sociais representam uma grande possibilidade de impulsionar a carreira, desde que usadas no sentido de reforçar positivamente a imagem pessoal e profissional. Opiniões e informações só devem ser postadas depois de muito bem pensadas e pesadas. Se não houver nada de relevante ou se a mensagem puder trazer prejuízo à própria reputação ou à da empresa, pare!
Roselake Leiros é diretora da CrerSerMais – Desenvolvimento Humano, além de coach, consultora e palestrante.