Autor: Juliana Albanez
Sem dúvida, ser mãe é um dos momentos mais incríveis da vida de uma mulher. Acarinhar um filho nos braços pela primeira vez e sentir sua pulsação são momentos que levamos para sempre na memória. O cheiro, o clima, os olhos e a conexão que estabelecemos é um dos segredos da vida. É a vida olhando para o mundo.
Porém, ser mãe está longe de apenas embalar os filhos nos braços. É um desafio em um mundo mutante e com novas exigências. No trabalho, em casa e como identidade feminina, somos muito mais cobradas. Nem tudo são flores. Mas longe de tudo ser ruim.
Vivemos em uma época de inúmeras vantagens, isso é um fato. Hoje podemos escolher a hora de ser mãe, consolidar uma carreira primeiro, podemos decidir quantos filhos queremos e estes nascem mais saudáveis. É, de fato, uma boa notícia.
Mas hoje os problemas são outros e a nossa identidade é só uma delas. O mundo nos exigiu outros papéis. Temos que ser mães, mulheres, filhas, profissionais de sucesso. Temos que ser espelho no trabalho, mães equilibradas e conscientes. Já como mulher, devemos estar sempre prontas para o biquíni na praia. Como mãe, vivemos a era dos extremos, de um lado a tecnologia a mão de nossos filhos cada vez mais cedo, e de outro, muitas mães não têm acesso a creches, a opção de escolha de parto ou de melhores condições de trabalho.
Nesse cenário vimos recortes de uma mãe, muitas vezes no escuro, sem saber o que fazer diante de todas as emoções que batem em seu coração ao gerar outra vida.
O som da maternidade não é musiquinha de ninar e o tom da maternidade não é pastel. As vezes é intenso, cítrico, iluminado, negro ou então nos vimos num quadro pós moderno com todas as cores juntas, em um mix de sensações, uma experiência mágica e desorganizadora.
Hoje temos acesso a muito mais informações, novos laços familiares, novas constituições de família e de maternidade e um caminho bem próximo à tecnologia. Mas isso não diminui nossas dúvidas e incertezas.
O mundo em que vivemos nos divide em muitos papéis. Mas as vantagens disso tudo é que o mundo corporativo nunca olhou tanto para este perfil profissional como hoje. Como mães, exercitamos diversas funções, aprendemos a negociar, a esperar, a exercitar uma liderança mais colaborativa, a dividir e entender que às vezes não conseguimos tudo sozinha, que a equipe é peça-chave para que tudo dê certo, seja em casa, nas tarefas maternas – com berçários, babás e família – ou em uma empresa, com liderados e lideranças. Ambos só funcionam se forem verdadeiros times.
Se durante muito tempo a maternidade era uma fraqueza no trabalho, hoje, se bem direcionada, pode ser uma fortaleza, um aprendizado que só a vida real pode lhe dar.
Porém, equilibrar tudo isso é um desafio. É trabalhar todos os dias com diversas emoções e mudar o nosso olhar. Somos imprescindíveis para um mundo tão raivoso que estamos vivendo (onde até amamentar em público pode ser um problema). Nunca fomos tão necessárias ao mundo.
Mães dão o tom por onde passam, seja em casa, no trabalho ou no ambiente em que vivemos. Podemos aprender muito com a maternidade e levar isso para onde estamos. Um olhar sábio, motivador e iluminado que a maternidade nos convida a viver.
Feliz dia das mães!
Juliana Albanez é Personal & Professional Coach, palestrante e jornalista. Especialista em comportamento, liderança feminina, gestão pública e comunicação.