A revolução do ambiente de trabalho

Segunda-feira. Você olha no relógio e são 8:40h. Você tem uma teleconferência às 9h. Ótimo. Ainda há tempo de se arrumar e tomar um café. Afinal, seu escritório encontra-se a quatro metros de sua cama. Essa era a imagem que se formava quando, no final do século passado, gurus da tecnologia anunciavam a aurora do mercado SoHo – Small Office, Home Office. Mas a idéia de trabalhar em casa sempre pareceu muito distante da realidade, a não ser para a crescente massa de desempregados que alimenta o mercado informal de trabalho.
A bem da verdade, ainda que precariamente, todo mundo, hoje em dia, já faz ao menos parte de seu trabalho em casa, levando algum relatório para ler, uma planilha para atualizar. Tudo isso, na maioria das vezes, por meio do e-mail. Mais recentemente, o Home Office ganhou prestígio nos EUA e Europa, principalmente, pelos ganhos de produtividade e redução de dispêndios. Cada vez mais, as empresas buscam escritórios e infra-estruturas mais compactas, reduzindo seus custos fixos e de operação. A terceirização e o Home Office são dois pilares desse processo.
Mas, como ter colaboradores trabalhando em Home Office tendo total acesso à informações e ao andamento da empresa? Esse já não é mais um empecilho, pelo menos não tecnologicamente. Agora, essa tendência ganha o amparo da tecnologia, revolucionado o “modus operandi” das corporações. A caneta e o papel foram substituídos pelo teclado e o vídeo, o palm substituiu a agenda e a reunião deu lugar à teleconferência. A tecnologia avançou o suficiente para levar a infra-estrutura de comunicação corporativa para além das mesas de trabalho. Somando-se aos telefones celulares e os cada vez menores e mais leves lap-tops, chega ao mercado a segunda geração de IP (2gIP), a convergência das aplicações, por meio de softwares inteligentes.
Com configurações adequadas, o funcionário que está trabalhando em casa, ou em qualquer outro lugar, pode trocar dados com os ambientes corporativos em tempo real. Por exemplo, as práticas corriqueiras na Internet, como ver os amigos que estão conectados, passam a fazer parte da telefonia corporativa. Esse gerenciamento possibilita que os usuários saibam antecipadamente se seus colegas de trabalho já estão acessíveis, e podem iniciar uma áudio-conferência de qualquer lugar com total sucesso. Outro avanço é o poder de “deslocar” o ramal, que antes era fixo à mesa de trabalho.
Facilidade e exemplos é que não faltam. Dois grandes problemas que acontecem com os executivos são custos com as ligações de celulares, fim da privacidade e recuperar o tempo perdido com viagens. Um dos componentes da 2gIP permite que o colaborador transforme seu celular em um ramal do PABX da empresa, permitindo que ele converse como se fosse seu ramal e, ainda, utilizar todas as facilidades de um telefone digital de mesa.
Aos poucos, os benefícios do teletrabalho serão algo natural para a sobrevivência de uma corporação. Hoje, não conseguimos ficar sem o celular, é como se ele sempre tivesse existido. Com a segunda geração invadindo as organizações, a produtividade no ambiente da telecomunicação empresarial será beneficiada. Com certeza, daqui a alguns anos, os desafios solucionados pela reciclagem tecnológica serão outros.
Além da redução de custos e o aumento da produtividade das empresas, a tecnologia propicia que os funcionários de uma corporação tenham mais tempo para melhorar sua qualidade de vida. Sem o estresse do trânsito, mais protegidos da violência urbana, mais próximos da família.
Marcos Alonso Cunha, diretor da Siemens Enterprise Networks.

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