Autora: Roseli Freitas
Segundo dados da ICF Brasil, International Coaching Federation, “a atividade já movimenta mais de R$ 20 milhões por ano, e a perspectiva é de que feche 2011 com um crescimento em torno de 20%.” As notícias são animadoras para os coaches e entusiásticas para as empresas que desejam investir nos serviços de coaching para seus colaboradores. Depoimentos apresentados por quem já participou do processo vêm aumentando a credibilidade no mercado e aguçando cada dia mais o interesse das empresas no Brasil. Contudo, a pergunta que não quer calar: quem terá acesso ao processo de coaching nas empresas?
Tenho observado que o interesse pelo assunto nas empresas é significativo, porém a política geralmente é voltada apenas para a aprovação de projetos de coaching que envolvam os executivos ou, como estabelecem as empresas, “dos níveis gerenciais para cima”.
E quais seriam os fatores que definem essa política? Primeiro: as empresas entendem que o foco deve ser para cargos gerenciais ou de diretoria, uma vez que é deles a responsabilidade pela tomada de decisões e planejamento estratégico. Segundo: estando o gerente ou o diretor mais preparado com o desenvolvimento de novas habilidades de liderança, poderá ele mesmo desenvolver seus liderados. Terceiro: o quanto se pode investir nesse projeto, sendo este item o de maior relevância, pois impossibilita as empresas de investirem no processo para cargos de coordenação e supervisão.
Atuando há mais de 15 anos junto a diversos segmentos de mercado, dentre eles prestadoras de serviços em call center para cobrança, atendimento e outros, tenho observado que as empresas têm se beneficiado muito com o crescimento de seus gerentes e diretores através do processo de coaching, atingindo níveis de crescimento jamais alcançados em suas carreiras. Por outro lado, porém, as empresas têm deixado escapar uma grande oportunidade de fortalecer o grande exército que forma sua linha de frente, constituída pelos supervisores e coordenadores de suas operações.
É importante ressaltar que gerentes e diretores que passam pelo processo de coaching desenvolvem habilidades para liderar suas equipes, mas, para desenvolver as habilidades de suas equipes eles precisarão contar com a ajuda de profissionais com formação e larga experiência em processos de executive coaching.
Gerentes e diretores tomam decisões e pensam estrategicamente sobre o negócio, mas os supervisores e coordenadores tomam decisões sobre a operação em tempo real. O cliente interno (atendente) e o cliente externo que está na linha não podem esperar, logo precisam também desenvolver suas habilidades de liderança, potencializando seus pontos fortes e minimizando seus pontos vulneráveis.
Com o crescimento do mercado, as empresas vêm apresentando projetos compatíveis com os orçamentos dos seus clientes, contribuindo assim para que um número cada dia maior de lideres de todos os níveis – supervisores, coordenadores e encarregados – sejam beneficiados com o processo de coaching, atingindo resultados que de outras formas dificilmente teriam sido alcançados.
Roseli Freitas é sócia diretora da RF Roseli Freitas Consultoria e graduada em psicologia com especialização em telemarketing.