Amigos em tempos de crise

Autora: Irene Azevedoh
“Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração…” começo relembrando Canção da América, de Milton Nascimento e Boca Livre, que termina assim: “Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.” Isto sempre foi uma verdade. As amizades são nossos maiores tesouros, pois nos permitem que em momentos de tristeza, angústia e alegrias termos um esteio e principalmente a certeza de que não estamos sós. Além de tudo, é uma escolha feita por cada um que amizades vamos fazer e, sobretudo, manter. É desta forma uma propriedade individual!
Quando se está procurando uma nova colocação, estes “anjos da guarda” também serão nossa maior fonte de ajuda. Explico o porquê. A primeira ação de quem está procurando uma nova colocação é identificar o que tem de melhor, qual foi a tônica de suas realizações. Se tivermos o hábito de constantemente analisar nossas realizações, vamos verificar que na maioria das vezes resolvemos problemas de natureza semelhante. A partir daí, principalmente num mercado em crise, temos que analisar onde esta nossa oferta vai ser necessária, pois desta maneira teremos mais chances em ser contratado.
Você deve estar se perguntando, e os amigos em que parte eles se encaixam. E eu lhes afirmo, exatamente nesta parte. Uma vez identificado quem compraria mais facilmente seu produto, ou seja, o que tem a oferecer, você precisará de ajuda a chegar a estas empresas, nesta hora, entram os amigos ou como chamei os “anjos da guarda”.  Quem melhor do que eles que te conhecem, para fazer esta ponte? Quem melhor do que eles para falar sobre você?
Mas lembre-se bem, esta ajuda tem que ser direcionada, você deve discutir com eles seu plano e então verificar se podem ajudar. Não peça um emprego, peça conselhos sobre seu plano e eventual ajuda! Esta talvez seja a parte mais importante e difícil, não pedir nada que alguém não possa dar, ou seja, um emprego. Porém, o pulo do gato vem agora: como eu construí minha rede amizade? Tenho anjos da guarda para me ajudar em momentos de crise? Se a resposta para a última pergunta foi não, não entre em pânico, só faça um acerto de rota.
Esteja sempre aberto a ajudar as pessoas que te procurarem, forme a partir de agora uma rede que vou chamar de “solidariedade sustentável”, significando que as pessoas saibam que podem contar com você quando necessitarem e que também saibam quais são suas maiores fortalezas. Isto permite uma retroalimentação constante.
Termino, então, como comecei: “Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”. Lembre-se sempre desta máxima e terá sempre com quem contar.
Irene Azevedoh é diretora de Transição de Carreira e Gestão da Mudança América Latina da Consultoria LHH.

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