Autor: Luiz Eduardo Gasparetto
Atualmente, a maioria das empresas na área de Gestão de Pessoas é gerenciada por um ‘Gestor X’ baseada na experiência e no tempo de exercício do cargo/função. Com isso, algumas dessas empresas criaram o “Programa do Mentor”, em que “X” é o mentor de um “Y” para acompanhar a sua trajetória profissional, com o objetivo de harmonizar essas gerações e que ambos compreendam seu papel e importância na empresa.
E a diferença entre essas duas gerações são:
A Geração X é marcada por conflitos políticos como Impeachment e Diretas Já, indivíduos caracterizados pelo apego a títulos, cargos, méritos e reservas financeiras. Acompanharam o início da internet. Estão com mais de 30 anos e menos de 45, acompanharam as crises da década de 80 e tem a necessidade de segurança financeira.
Já Geração Y é imediatista, ligados em tecnologia e novas mídias. São profissionais que não querem que o chefe apenas determine o que eles devem fazer, querem participar. Tem a necessidade de uma evolução imediata, gostam de desafios e tem pressa no reconhecimento.
Mas, com qualidades como: iniciativa, domínio na tecnologia e inovação pode condicionar a falhas?
– Teimosia: Muitos profissionais da geração Y desenvolvem um projeto de acordo com o que considera importante, e não param para analisar outras perspectivas.
– Respeito à Hierarquia: Os Y estão habituados a tratar o superior, o gerente e gestor como um colega de trabalho, esquecendo-se da hierarquia da empresa.
– Normas: Na ansiedade de alçar vôos e oportunidades, eles se esquecem de cumprir as normas da empresa e cumprir etapas de processos determinados pela instituição.
– Domínio de conhecimento: A procura por qualquer assunto é realizada em sua maioria pela internet, só que poucos se aprofundam sobre o tema, ou seja, falta um estudo mais aplicado para afirmarem que dominam determinado assunto.
Compreender “falhas”, aparar arestas, permite o crescimento e evolução profissional, independente da geração que se faça parte. O aprendizado mútuo amplia o olhar sobre as próprias qualidades e defeitos.
Na intenção de oferecer algumas dicas e caminhos possíveis para equilibrar a situação entre essas duas gerações de uma maneira que venha a somar para as empresas, o Professor da Universidade Gama Filho, Luiz Eduardo Gasparetto levanta algumas questões importantes.
Como gestores X devem ligar com subordinados da geração Y
Essa convivência é muito necessária, porque dessa diversidade de enfoques é que surgem novidades na empresa, como criatividade e tudo mais. Mas é uma situação um pouco complicada, porque essas gerações foram criadas de maneiras diferentes. O gestor X precisa entender que o Y é aquela pessoa que precisa de um constante feedback, isto é precisa de uma constante afirmação do que está fazendo, se o trabalho é bom, se está ajudando. Então é preciso que o gestor X, entenda isso que realmente é uma preocupação muito grande do Y, essa afirmação, esse feedback constante. O Y, por exemplo, tem algo que o X não tem enquanto o X tem a experiência, o conhecimento, o Y tem normalmente a tecnologia, ao qual o X às vezes é um pouco avesso às coisas novas. Então é preciso de que uma forma a empresa consiga harmonizar o X e o Y, nesse sentido os dois na verdade se respeitem e entendam tanto um como o outro tem o seu lugar dentro da empresa.
Como a empresa pode conviver com essas duas gerações e equilibrar as perspectivas de cada uma
Uma das maneiras é dando oportunidade que as duas falem, isto é escutar a voz das duas. A empresa não pode considerar que a geração X apenas é aquela geração que tem voz ativa na empresa e também não pode achar que agora a geração Y é a grande solução para todos os problemas. Então a própria empresa, isso é feito muitas vezes através da área de recursos humanos, ferramentas para realmente poder harmonizar, no sentido de inovações, sistemas e processos de trabalho e mesmo de tecnologia.
Luiz Eduardo Gasparetto é professor e coordenador de cursos de MBA da Universidade Gama Filho.