Rubens Daniel Junior, gerente de soluções e serviços cloud na Softline Brasil

As vantagens do modelo híbrido de trabalho

Equilíbrio pode favorecer a retenção e a atração de talentos, que agora podem ser conquistados em todos os lugares do mundo

Autor: Rubens Daniel Junior

Entre os novos comportamentos trazidos pela pandemia do novo coronavírus, um tema que vem ganhando cada vez mais relevância está relacionado aos novos cenários e possibilidades de trabalho. Essa mudança no ambiente corporativo tem sido revelada por meio de  informações de algumas empresas, que divulgaram como funcionam atualmente, apresentando um novo paradoxo, que pode ser muito interessante, por sinal.

Na empresa Microsoft, por exemplo, a mudança para o trabalho híbrido — um modelo misto em que alguns funcionários retornam ao local de trabalho enquanto outros continuam trabalhando de casa, em um revezamento contínuo —  é uma realidade a  que seus mais de 160 mil funcionários, de todo o mundo, aderiram. E com mais de 40% da força de trabalho global considerando deixar seu empregador ainda este ano, de acordo com o o 2021 Work Trend Index, uma abordagem cuidadosa ao trabalho híbrido será fundamental para atrair e reter os mais diversos talentos. O estudo descreve as descobertas com mais de 30 mil pessoas em 31 países, além de uma análise de sinais de produtividade relacionados a inúmeras plataformas digitais, como o Microsoft 365 e o LinkedIn. O estudo inclui, ainda, perspectivas de especialistas que passaram décadas estudando temas como colaboração, capital social e design de espaço no trabalho.

Como nos últimos 12 meses houve uma grande mudança na forma como vivemos e trabalhamos, conclui-se que este cenário veio para ficar, apesar de alguns dados trazerem conclusões que, em um primeiro momento, podem parecer contraditórias. Um deles que me chamou atenção é que 73% da força de trabalho global desejam ter opções de trabalho flexíveis mas, ao mesmo tempo, 67% dizem que querem mais colaboração presencial com seus colegas. Isso mostra que a mesma solução não se aplica a diferentes pessoas da mesma empresa, ou mesmo para pessoas da mesma área dentro de uma empresa, pois alguns funcionários citam o equilíbrio entre vida profissional, tempo de foco e colaboração como razões para ir até o escritório, enquanto outros citam esses mesmos fatores como razões para ficar em casa.

Pelas mesma razões, gestores das empresas (81%) afirmaram que já mudaram ou estão mudando suas políticas de local de trabalho para oferecer maior flexibilidade mas, ao mesmo tempo, esperam ter cada vez mais recursos e ferramentas que possibilitem uma maior e melhor interação e colaboração entre suas equipes, garantindo, como resultado, produtividade e segurança dos dados de suas empresas e clientes.

A outra preocupação destacada no estudo é o fato de ser cada vez mais difícil separar a vida pessoal da profissional, principalmente pelo sentimento de termos que estar “sempre ligados” e “disponíveis” o que, sem dúvidas, gera um estresse adicional, trazendo novos desafios ao time de recursos humanos e gestores das organizações para gerar motivação, sem levar o colaborador acima de seu limite.

Diante deste cenário, torna-se vital encontrar o equilíbrio, visando dar condições para que as equipes sejam capazes de inovar continuamente, para ter vantagem perante seus competidores, e ao mesmo tempo ser um adicional para  a retenção e atração de talentos, que agora podem estar  em todos os lugares do mundo. Conforme citou Jared Spataro, vice-presidente corporativo do Microsoft 365, “as escolhas que você faz hoje afetarão sua organização nos anos seguintes. É um momento que requer visão clara e uma mentalidade de crescimento”.

Rubens Daniel Junior é gerente de soluções e serviços cloud na Softline Brasil.

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