Autor: Sílvio Celestino
A morte de Hugo Chávez nos faz refletir sobre a principal função de um líder. Como ninguém é eterno, o futuro de todo país, e de toda empresa, depende da capacidade da liderança de formar novos líderes. Essa é a sua principal função.
Quando o líder opta por formar seguidores, sua ausência causa desorientação. O problema dos seguidores, normalmente em regimes totalitários, é que se submetem às ordens de seu líder sem poder questionar ou expressar sua reflexão a respeito. A falta do exercício do pensamento, ao longo do tempo, gera pessoas que agem sem razão. Nas empresas, submetidos a esse tipo de liderança, aqueles que pensam acabam saindo. Ficam os cínicos e resignados, que não compreendem os propósitos maiores da organização e agem para assegurar resultados somente para si e seus departamentos.
Líderes que se perpetuam no poder sem formar novas liderançasfomentam ideias que não são capazes de se adaptar às transformações do mundo. Embora sejam muito fáceis de entender. Entretanto, o fato de um indivíduo compreender uma explicação não significa que ela seja apropriada. Na verdade, quanto maior o número de pessoas sem estudo que compreendem uma ideia, maior a probabilidade de ela não refletir a realidade. Por isso, quando as pessoas seguem essa ideia, em geral, conseguem um benefício rápido, mas, não conseguem fazer suas vidas evoluir no longo prazo. No caso dos países, a agremiação partidária que está no poder vai bem e, no caso da empresa, o grupo mais próximo ao líder também prospera. Mas, no longo prazo, o resultado é desastroso.
Essencialmente, devemos parar de nos encantar com revoluções e fomentar ideias que promovam a evolução. Assim como na natureza, são elas que geram adaptação e diversidade, e que podem ser aprimoradas, desenvolver pessoas, construir e coexistir com outras ideias e indivíduos. São elas que promovem o equilíbrio nos resultados de curto e longo prazo.
A melhor forma de fazer isso é refletir antes de aceitarou rejeitar uma ideia. Por isso é que regimes totalitários controlam ou eliminam qualquer possibilidade do contraditório. Já nas empresas, observamos gerentes que não possuem nenhum canal de feedback de suas ações.
É justamente essa ausência de retorno que causa o desastre no longo prazo.Afinal, todos nós precisamos de referências. A melhor forma é ter medidas de nossas ações que reflitam a eficiência delas em várias dimensões.
No curto prazo, é fácil ser líder. Difícil é gerar ideias que tenham capacidade de adaptação ao longo do tempo. E que possam ser apreendidas por pessoas que queiram se preparar para liderar e assumir posições relevantes nas empresas e nos governos.
O fato é que o mundo fica melhor quando bons líderes formam bons líderes, não seguidores.
Vamos em frente!
Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro “Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira”.