Ao oferecer cursos e treinamento para os colaboradores como forma de reteção, um cuidado deve ser tomado. Mais do que capacitá-lo, é preciso deixar claro que aquilo será para a evolução dele dentro da empresa. “Quando ele recebe um treinamento, mas não tem oportunidade de colocar em prática o que aprendeu ou quando sua chefia não dá importância ao treinamento no próprio local de trabalho, o efeito pode ser contrário. Pode estimular o colaborador a procurar outro local para trabalhar”, alerta Luiz Eduardo Gasparetto, professor e coordenador de cursos de MBA da Universidade Gama Filho. Em entrevista exclusiva ao portal Callcenter.inf.br, ele explica que a saída é aliar o treinamento ao desenvolvimento de carreira.
Quais as vantagens de oferecer cursos e treinamentos para os colaboradores?
Basicamente existem duas vantagens. A primeira é o aperfeiçoamento da mão-de-obra. Hoje o grande diferencial em empresas, principalmente as que fazem trabalho de contato com clientes efetivos ou potenciais, é a qualidade dos colaboradores. A segunda vantagem é motivacional. Quando o colaborador é convocado para um treinamento a mensagem subliminar que ele recebe da empresa é: “você é importante para nós”. Isso sem duvida é motivador.
Esse tipo de projeto ajuda a reter os talentos?
Ajuda em termos. Quando ele recebe um treinamento, mas não tem oportunidade de colocar em prática o que aprendeu ou quando sua chefia não dá importância ao treinamento no próprio local de trabalho, o efeito pode ser contrário. Pode estimular o colaborador a procurar outro local para trabalhar.
Como deve ser feito?
A melhor maneira é aliar o treinamento ao desenvolvimento de carreira. É fazer com que os colaboradores vejam o treinamento como um privilégio, um prêmio. Acabar com a idéia de que “se estou indo para um treinamento é porque não estou bem no trabalho” mudando para a idéia de que “se estou sendo convocado para treinamento é porque sou importante para a empresa”. É preciso valorizar mais o treinamento.
O treinamento só consegue reter o colaborador se estiver alinhado a outros processos, como benefícios, salários adequados, oportunidade de crescimento, reconhecimento do trabalho feito, participação nos resultados e uma chefia preparada para lidar com subordinados. Isso principalmente em empresas que tem majoritariamente colaboradores da chamada geração y, pessoas que têm entre 20 e 30 anos e que são extremamente ansiosas e querem tudo para “ontem”. Se a empresa ou a chefia não puder atendê-las elas vão buscar outro lugar.