A utilização de um imenso volume de dados, próprios ou de terceiros, para direcionar estratégias de negócios é uma prática que vem crescendo no meio empresarial, especialmente devido à consolidação da economia digital. No entanto, a simples reunião de grande volume de dados, o conhecido Big Data, não garante a consistência do que foi aferido, nem sua correta aplicação aos negócios.
Para Vinicius Picollo, diretor de Audiência e Estratégia da iProspect, as empresas têm à disposição um arsenal grande de onde coletar informações, mas têm dificuldade de consolidá-las, integrá-las, mensurá-las e filtrá-las de acordo com as demandas específicas de negócio. “Sobra informação, falta conhecimento e leitura critica. Ligar alguns pontos para entender e contar uma nova história é algo que precisamos voltar a fazer de forma urgente. Dados são muito bons, mas sozinhos não resolvem nossos problemas e dúvidas”, afirma o executivo.
Para orientar empresas e gestores a gerenciarem e extraírem o máximo de valor de seus dados, especialmente no desenho de estratégias de negócios digitais, a iProspect, agência de marketing digital full performance presente em 54 países, preparou cinco dicas essenciais:
1. Tenha sempre claro o objetivo a ser perseguido
O grande problema quando se lida com dados é justamente a abundância de informações disponíveis para a empresa. São muitas respostas juntas que muitas vezes não levam a lugar nenhum. Por isso é importante concentrar-se na pergunta. A pergunta é mais importante que a resposta. O difícil é fazer as perguntas certas. Tenha em mente que os objetivos de comunicação seguem um objetivo claro de negócios.
2. Formule hipóteses
Definindo bem a pergunta, é possível desenhar as metas e indicadores que vão medir seu sucesso em respondê-la. Para isso é fundamental colocar premissas em evidência para entender quais os caminhos que podem levar a alcançar determinado objetivo, e entender as variáveis que podem afetar a sua estratégia. É hora de ser criativo. É hora de desenhar as inferências, propor alternativas e principalmente, não ter medo de, a partir das hipóteses, traçar possíveis cenários.
3. Crie um modelo para espelhar a realidade
É saudável criar diversos modelos que podem explicar determinado fenômeno em relação a determinadas variáveis. Os modelos adotados podem variar, por exemplo: analíticos, quando se quer entender o passado; preditivos, quando se tenta prever o futuro; simples, para explicar duas variáveis; complexos, quando são várias e é preciso entender a relação entre elas. Porém, aqui ficam duas dicas: aceite que muitas vezes poderá cruzar com questões imensuráveis (como emoções) e aceite que não existe one size fits all em mensuração.
4. Desconfie dos resultados
Se o resultado está muito bom, é porque há algo errado. Sempre tenha em mente duas coisas: exatidão, ou o quão verdadeira é a mensuração proposta; e precisão, ou o quão regular é a execução da mensuração. É nessas horas que as heurísticas fazem a festa, e de tão empolgados com a resposta, nublam o discernimento sobre possíveis variáveis que não foram contempladas e podem estar minando a sua percepção. Use o pensamento crítico. Procure revisar as fontes, questionar e entender o contexto do dado antes de compartilha-lo.
5. Volte ao ponto número 1
Nenhuma estratégia pode ser escrita na pedra e, principalmente, acreditar que o modelo tem que assegurar única e exclusivamente o sucesso de um único caminho. Vivemos uma era onde a mutação dos conceitos e a velocidade das informações trazem surpresas e incertezas que nem sempre foram mapeadas. Logo, é necessária revisitá-las sempre.