Autora: Jussara Dutra
O mercado de TI, em geral, detém mais vagas do que colaboradores capacitados para ocupá-las, dificultando o trabalho das empresas na busca por profissionais especializados. Segundo um estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) em parceria com a IDC, o mercado nacional de Tecnologia da Informação em 2013, com foco na área de software e serviço, teve um investimento 15,4% maior do que o obtido em 2012, considerando também a área de hardware, chegando a um total de 61,6 bilhões de dólares. Já a média de aumento mundial, por sua vez, foi de 4,8% – quase um terço da porcentagem obtida por aqui. A tendência é que essa diferença se mantenha ainda por um bom período de tempo.
Com o crescimento do mercado da Tecnologia da Informação, a perspectiva é de que vamos continuar convivendo com cenário de alta demanda por profissionais qualificados versus a baixa disponibilidade dessas pessoas. A dificuldade das empresas não está somente em encontrar e atrair estes profissionais qualificados. Engajar as pessoas para que criem uma conexão com a empresa, indo além da relação de troca de trabalho pela remuneração e pacote de benefícios. Em sua maioria, esses profissionais talentosos anseiam por encontrar um ambiente de abertura, independência, compartilhamento e integridade. O modelo tradicional de seleção e gestão, que seguia o fluxo de recrutar, selecionar, treinar e supervisionar, não dá mais conta das expectativas dos colaboradores.
Por isso, as empresas precisam ampliar sua visão e rever esse modelo, buscando envolver, desenvolver e engajar, tudo de forma colaborativa. Os talentos que buscamos querem ser protagonistas e sentir que estão participando de algo maior do que a tarefa que desempenham. Eles querem construir uma história junto com a empresa. Desenvolver cultura corporativa para estes novos tempos não é uma tarefa fácil e exige ainda mais dos líderes e dos profissionais de RH, que não devem se intimidar. O mundo pede audácia e criatividade, e muitas empresas estão investindo em projetos colaborativos para que seus funcionários sintam-se parte da organização desde a concepção de uma ideia até sua aplicabilidade e resultados.
Como exemplo, a empresa Senior tem investido em ações de empreendedorismo e de intraempreendedorismo, por exemplo. O intuito é tanto manter os talentos, como abrir as portas da empresa para profissionais do mercado, promovendo um crescimento sustentável com a ampliação do nosso portfolio de ofertas. O projeto Páginas do Futuro, por exemplo, nasceu da inquietação em relação à construção do planejamento estratégico, a fim de potencializar a inteligência coletiva e os talentos individuais da companhia.
Temos que evoluir nossos modelos se quisermos continuar crescendo e inovando. Temos que acreditar ainda mais no poder do conhecimento, na força da colaboração e na energia transformadora que pessoas engajadas irradiam.
Jussara Dutra lidera a área de desenvolvimento humano e organizacional da Senior.