Crise deve acelerar terceirização de callcenters

A questão da crise energética cria mais uma oportunidade para o mercado. A frase, do presidente da Teletech, Marcelo França, resume a estratégia e expectativa da empresa. A adequação às cotas de energia estabelecidas pelo Governo não será problema, uma vez que a Teletech há quatro meses iniciou um projeto de otimização de custos, incluindo uso de energia e, a partir de agora, amplia a infra-estrutura de contingência (ela já possui infra-estrutura de nobreak e gerador próprio). A novidade é o aumento de consultas para terceirizar serviços de atendimento a clientes.

Para França, o aumento da procura pelos serviços de outsourcing pode ter várias explicações. E, na prática, resultar na expansão do mercado de outsourcing. Na realidade, trata-se de um conjunto de fatores que passa pela redução de custos da indústria de forma geral, passa pela necessidade de investimentos exigidos pela nossa atividade em infra-estrutura e gestão, associado a um ambiente tecnológico cada vez mais complexo, por exemplo, pondera França. E a crise energética acabou contribuindo, uma vez que exige, neste momento, ainda mais investimento, em infra-estrutura.

O executivo argumenta que, a associação destes fatores com a sempre intrigante discussão de por quê não terceirizar o que não é o business da empresa, aumenta em momentos de falta de credibilidade econômica como a que o País vem vivendo. No primeiro semestre, com a instabilidade econômica que afugenta investidores e, agora, com a crise energética. As empresas estão acelerando o processo de terceirização em função das necessidades econômicas. Algumas empresas já haviam procurado outsourcing até por conta de economia de eletricidade, avalia França.

O executivo divide as oportunidades no grupo das empresas ligadas à prestação de serviços de energia elétrica, que estão procurando callcenter para aumentar o atendimento a clientes, e das empresas que querem terceirizar seu atendimento em função das exigências dos investimentos exigidos em infra-estrutura, agora para cumprir as cotas de energia (e a atividade é grande consumidora de eletricidade) e garantir a continuidade do atendimento.

Outro fator que leva as empresas a pensar na terceirização é cumprir cortes de investimentos, sem dúvidas. E, também, por identificar que o atendimento a clientes não é core business, justifica França. Por conta destas constatações, França diz que a Teletech tem tido grande procura nas últimas semanas por empresas que estudam desativar suas centrais.

Com o aumento da demanda pela terceirização, França prevê aumento na competitividade do setor e, conseqüentemente, outra rodada de crescimento das empresas. E quem não estiver capacitado, no médio prazo, não vai resistir, acredita França. Hoje com dois sites na capital paulista e 600 posições de atendimento, e ainda com projeto para instalar outro site em Brasília, França avisa que a Teletech não vai fechar jobs temporários. Vamos participar de rfps, mas só vamos fechar projetos que indiquem continuidade, que sejam sólidos, salienta.

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