Correndo em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei que cria o cadastro nacional para bloqueio de ligações de telemarketing traz alguns diferenças em relação aos que já existem em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Paraíba e nos municípios Chapecó, Blumenau e Joinville. As empresas agora terão que manter o próprio banco de dados e uma estrutura para atender os clientes que queiram se cadastrar. Para Arthur Guitarrari, gerente de marketing e novos negócios da Zipcode, se a lei for aprovada seguindo esses itens irá gerar custos às empresas, que, consequentemente, irão repassar aos consumidores. “Além do mais, nem todas as empresas terão condições de colocar a disposição do cliente uma estrutura para receber as ligações”, comenta.
Um dos pontos destacados pelo executivo é que as empresas prestadoras de serviço deverão disponibilizar atendimento telefônico de acesso gratuito e portal na internet para o cadastro. Ele explica que a lei dá a entender que cada empresa deverá administrar o seu banco de dados, o que causará silos de informações que não se conversam, quando na verdade deveria existir um único repositório de informação e ser compartilhado com o mercado, similar ao que ocorre no modelo adotado atualmente pelos estados. “Ao meu ver, é mais eficiente o consumidor se cadastrar um única vez e não para cada ligação indesejada que recebe”, pontua. Ele questiona também o fato de exigirem uma central disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. “Não vejo necessidade, se avaliarmos o número de telefones cadastrados nos Estados em que já há essa lei. Não justificaria ter essa estrutura gerando custo as empresas, para uma demanda insignificante”, defende.
Na visão de Guitarrari, ainda deverá haver mudanças na lei para que possa ser implementada de forma eficiente. “Espero que haja um consenso entre governo e empresas ao invés de ser uma solução o mesmo se torne um problema as pessoas e as empresas. Penso que é importante que seja um banco de dados único e que seja compartilhado com mercado”, conclui.