Empresas nacionais ainda resistem à diversidade

A diversidade sempre existiu, porém, por inúmeras razões, que vão do preconceito ao conservadorismo, passando pelos dogmas de diferentes religiões, durante anos trafegou pelas sombras. Agora, exposta à luz, sobretudo pela mídia, busca ser compreendida e aceita pelo universo corporativo. Mas esta não é e nem será uma tarefa fácil, conforme constatou a consultoria 4CO em pesquisa qualitativa levada a cabo junto as 20 maiores empresas de capital nacional.
“O discurso é liberal, mas a prática, infelizmente, ainda é conservadora”, revela Tathiana Cappellano, sócia diretora da 4CO. “Para termos um quadro realista da situação, falamos com gestores e com colaboradores das empresas que representam a amostra e descobrimos que não existe uma política de inclusão, mas apenas adesão ao modismo imposto pela mídia”, acrescenta Bruno Carramenha, sócio diretor da 4CO.
A ausência de uma ação política de inclusão afeta o desenvolvimento da carreira do colaborador, com consequências até para a psique. “Não é difícil vermos representantes da diversidade sendo preterido em promoções e em funções subalternas, na base da pirâmide organizacional. Raro é encontrá-los do meio para o topo”, assegura Cappellano. “A resistência em aceitar o diverso é grande nas empresas brasileiras, diferentemente do que acontece com as grandes multinacionais instaladas no País”, afirma Carramenha.
De acordo com Cappellano, a 4CO optou pela pesquisa qualitativa para identificar os obstáculos reais e entender as razões efetivas que ainda impedem que a diversidade seja aceita naturalmente no universo corporativo. “A pesquisa quantitativa nos daria gráficos numéricos muito bonitos, porém sem a profundidade necessária que desejávamos para compreender a dimensão real deste quadro que já é e se tornará ainda mais relevante no futuro próximo”, agrega.
Para Carramenha, a resistência destas empresas, se não se flexibilizar por si, com a compreensão e aceitação da diversidade, será rompida pelo mercado,  que vem punindo com rigor os que se opõem à força do denominado politicamente correto. “A pesquisa revelou um quadro complexo, que, no entanto, tende a mudar naturalmente ou, então, pelas forças de pressão que devem ser consideradas qualquer que seja o cenário”, explica.

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