As transformações ocorridas no cenário global impõem às organizações uma dinâmica permanente na busca de novos modelos para gerir os negócios e as pessoas. Da mesma forma, é imposto aos profissionais uma nova relação com as organizações, com sua vida profissional e, conseqüentemente, com a administração de sua carreira.
Os processos de trabalho estão cada vez mais complexos e exigem profissionais capazes de manter um aprendizado constante, além de deterem conhecimentos técnicos e de desenvolverem competências como a capacidade de gerar resultados em equipe, comunicação, adaptabilidade, gestão dos relacionamentos, espírito empreendedor e capacidade de transformar informação em oportunidades.
Para que o profissional consiga o sucesso psicológico – grau de realização profissional e de satisfação pessoal que o trabalho oferece, é necessário que tenha muita clareza do que ele deseja em termos profissionais. É preciso que tenha “foco”.
Alguns questionamentos devem fazer parte da nossa vida, desde o momento em que escolhemos nossa profissão. É importante a clareza de que profissão não quer dizer exatamente carreira. Profissão é a escolha que fazemos em termos de formação. Carreira é a trajetória da vida profissional, que não necessariamente pressupõe uma estabilidade ocupacional, isto é, o profissional que somente exercerá atividades relacionadas à sua formação/profissão.
Quando um profissional visualiza claramente os seus objetivos, consegue se ajustar às demandas do mercado, sem perder os seus valores e objetivos individuais. Para que isto ocorra, é necessário que conheça as suas expectativas de trabalho, a partir do autoconhecimento, em termos de preferências e projeto de vida. Ele deve também identificar e trabalhar seus pontos fortes e administrar seus pontos fracos. Deve, ainda, estabelecer objetivos de carreira e preferências profissionais e ter um plano de ação em curto, médio e longo prazo.
Em tempos competitivos, o sucesso profissional só acontece para aqueles que sabem o que querem e onde querem chegar. A gestão da própria carreira, ou autogestão da carreira, possibilita ao profissional manter o seu foco, também redesenhar seus caminhos e desenvolver competências exigidas pelo mercado.
Aprender é a palavra-chave do momento. O conhecimento passou a ser o recurso mais importante para o sucesso profissional – terá mais sucesso quem souber mais. Para que o profissional seja competitivo, nesta era de transformações velozes e crises constantes, é necessário investir no seu conhecimento. O profissional do conhecimento tem uma relação de troca com a empresa. E, por isso, se as empresas precisam de pessoas que “façam as coisas acontecerem”, elas devem identificar, estimular e reter os potenciais talentos. É importante que patrocinem o desenvolvimento de seus colaboradores, investindo em educação e treinamentos constantes, de forma a assegurar uma melhor produtividade – e conseqüente lucratividade – que lhes permitam enfrentar os novos desafios do mercado.
Diante deste cenário, investir em pessoas pode ser a diferença entre a sobrevivência e o fracasso em tempos de crise.
Elisabete Alves é consultora do IDORT/SP e especialista em gestão de carreira.