Igualdade de gêneros, ainda distante?

O caminho para igualdade dos gêneros no mercado de trabalho ainda é longo. O estudo “Mulheres e o Mundo Corporativo”, realizado pela Robert Half, com cerca de 300 profissionais brasileiras, mostra que a distância está presente não só na questão de equiparação salarial, mas, principalmente, nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.
Na opinião de 49% das profissionais entrevistadas, menos de 5% das posições de liderança são ocupadas por mulheres em suas empresas. Mesmo com os avanços nos programas de treinamento e capacitação das empresas, 87% afirmam que suas companhias não têm programa de desenvolvimento de liderança para mulheres. As diferenças entre gêneros também vêm à tona com relação as chances de crescimento profissional dentro da empresa. Segundo 51% das profissionais, as oportunidades entre homens e mulheres são desiguais. Além disso, 64% já receberam ou sabem de mulheres que receberam salários menores para desempenhar a mesma função de um homem.
A pesquisa mostra ainda que, segundo 83% das pesquisadas, as empresas não preparam os homens para lidar com as mulheres no ambiente de trabalho. Outros dados apresentam as implicações no âmbito dos relacionamentos entre os gêneros:  66% já sofreram discriminação no trabalho, 60% já ouviram comentários preconceituosos e 47% já tiveram suas habilidades questionadas em momentos de crise. Ela registrou também algumas das frases comuns ouvidas nos corredores corporativos. Alguns exemplos abaixo:
– “Está na TPM”;
– “Se arrume porque a reunião é com o diretor”;
– “Esse cargo é só para homens”;
– “Você tem marido e não precisa ganhar mais”;
– “Gosto de trabalhar com você porque trabalha feito homem”.
Mais licença, por favor
Embora haja o incentivo por parte do governo para a estender o prazo da licença maternidade para seis meses, a maioria das empresas ainda não adotou a prática e, para 67% das profissionais que responderam à pesquisa, a ausência pós-parto é de quatro meses. Com relação ao retorno ao trabalho, 53% afirmam que após a licença maternidade a funcionária retorna integralmente para sua função. Mas ainda há 27% que encontram dificuldades no retorno e mesmo casos em que a funcionária é desligada após o período de estabilidade.

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