O grande crescimento de sites na internet facilitou a proliferação de conteúdos de vídeo e áudio. Porém, para baixar e acessar este tipo de arquivo é vital o uso da banda larga – que, além disso, possibilita ao próprio usuário operar e controlar esses sites de vídeo e áudio, como o YouTube, Google Vídeo, comunidades etc. Mas, infelizmente, a banda larga está longe de atingir a grande população, mais especificamente pelo seu preço do que pelo acesso à tecnologia.
Segundo a empresa de consultoria ComScore Networks, o Brasil tem aproximadamente 15 milhões de pessoas com acesso à internet por meio de banda larga ou conexão discada, o que coloca o país em 11º lugar no ranking mundial em quantidade de usuários na rede. Em primeiro lugar estão os EUA com 147 milhões de usuários; em segundo, a China, com 87 milhões, seguida pelo Japão, com 54 milhões de usuários.
São números bem expressivos e a cada ano, o recorde de crescimento é quebrado. Mas ainda há muitos locais sem acesso à internet e, nos locais conectados à rede mundial, é preciso proporcionar velocidade suficiente para que todos possam baixar conteúdos multimídia. Com a disseminação da banda larga, os negócios nos países em desenvolvimento cresceriam vertiginosamente, já que as estatísticas mostram que, com esse crescimento, os negócios fechados pela internet tornar-se-iam maiores, e a confiabilidade do usuário aumentaria cada vez mais.
Com a concorrência aumentando nesta área, os valores cobrados para acesso à Internet por banda larga já diminuíram consideravelmente, mas não o suficiente para oferecer condições de acesso a toda a população. Uma das alternativas para solucionar este problema e disseminar a Internet por completo, não só no Brasil como no mundo, seria o acesso pela rede elétrica.
Segundo o entusiasta da tecnologia Tim Barhorts, a velocidade é equivalente ao serviço de cabo e um pouco mais rápido do que no tradicional DSL, mas é assíncrona, o que significa que o desempenho é o mesmo recebendo ou enviando dados.
Analistas da Parks Associates, de Dallas (EUA), estimam que existam cerca de 150 mil usuários da tecnologia nos Estados Unidos. Eles afirmam, no entanto, que esse número deve subir para 2,5 milhões em 2011 com o acesso à internet pela rede elétrica, especialmente em áreas rurais às quais o cabo ou o DSL não chegam.
Grandes empresas também estão investindo nessa tecnologia. O site americano de busca Google e mais dois investidores, por exemplo, fizeram um aporte de capital em uma empresa que oferece acesso rápido pela tomada de energia elétrica.
Segundo testes realizados no mundo, inclusive no Brasil, a tecnologia de acesso por redes elétricas já atinge velocidades de 200 Mbps, e os fabricantes já estão alcançando volumes de produção com larga escala. Levando-se em conta que sua rede elétrica já está em funcionamento, não haveria necessidade de instalação de cabeamentos. Por meio de centrais regionais, a distribuição de dados seria feita pela própria rede elétrica. Bastaria ligar um modem especial direto no fio da tomada para ter o acesso à banda larga liberado. As empresas de energia elétrica no Brasil já começaram seus investimentos e testes nesta tecnologia e, em breve, teremos mais uma opção no mercado.
Franklin Portela Correia é coordenador do curso superior de Tecnologia em Administração e Desenvolvimento para Internet da faculdade Módulo.