Jovens no ambiente de trabalho



Profissionalização, motivação e retenção de jovens são alguns dos temas mais discutidos no mercado de trabalho atualmente. As modificações socioeconômicas da última década possibilitaram o aumento do poder aquisitivo das famílias, mas nem sempre o investimento em educação. Por outro lado, a grande oferta de vagas passa a percepção de que é muito fácil mudar de emprego com as habilidades e competências atuais. E com a internet, esses jovens tornaram-se mais conectados com o mundo e muitos acreditam que esse conhecimento virtual é suficiente para desenvolver uma carreira.

 

“Vemos grupos de jovens que estão cada vez mais seguros, ávidos por desafios, que não querem cumprir funções básicas e estão se preparando com afinco para seguir adiante. Mas muitos deles querem tudo aqui e agora, mesmo sem ter vivenciado um processo de desenvolvimento numa organização ou ter investido em uma formação mais consistente. Para o empregador, a questão é estimular esses dois grupos no ambiente de trabalho, proporcionando desafios e promovendo o crescimento profissional, mas mostrando que isso tem que vir com responsabilidade e comprometimento”, ressalta Juliana Almeida Dutra, diretora executiva da Deep – Desenvolvimento e Envolvimento Estratégico de Pessoas e Clientes.

 

A especialista afirma que é grande a dificuldade das empresas em trabalhar com a inserção dos jovens que estão iniciando. “A maioria das dúvidas e queixas que ouço quando realizamos um trabalho de consultoria de gestão de pessoas diz respeito à inserção dos jovens. Muitos gestores não possuem disponibilidade de repetir várias vezes a mesma solicitação e muitos jovens, por sua vez, não prestam atenção ao que se diz. Em muitos casos, o trabalho passou a ser um caminho para o consumo e não mais uma trajetória para o orgulho de realizações”, analisa Juliana.

 

Perfis indefinidos

Um dos principais motivos pelos quais os gestores precisam identificar o perfil dos jovens é que nem mesmo eles sabem ao certo o que buscam. “A ansiedade é cada vez maior e acabam tentando adiantar o futuro sem se apropriar do presente, fazendo deste presente suas vidas e fazendo com que estas vidas deem frutos profissisonais que sustentarão os sonhos do futuro”, alerta Juliana. Algumas ações, como explica Juliana, podem facilitar o desenvolvimento do processo para inserção dessa fatia de profissionais:

 

– É importante para o jovem saber que planos a empresa reserva para ele, se há possibilidade de ascensão profissional e que ferramentas a organização oferece para ajudá-lo a chegar lá, mas também que a empresa o torne responsável pelos seus afazeres e acompanhe isso. Do contrário, ele também não desempenhará o papel que se espera dele;

 

– É essencial deixar claro quais são os critérios de avaliação que a empresa aplica. Dessa forma, o candidato sabe que está integrando um projeto que exige comprometimento;

 

– Avaliação freqüente. Jovens adoram receber feedback e esperam por isso sempre, eles querem desenvolver-se profissionalmente, mas não sabem como: muitos não trazem consigo esses conceitos advindos da base familiar;

 

– A empresa deve trabalhar com o jovem e não para ele. Por isso, é necessário envolvê-lo nas ações da equipe, escutando suas opiniões e demonstrando que sangue novo é bem-vindo, mas deixando claro que tem que trabalhar de verdade;

 

– Estimular e, quando possível, oferecer cursos de aperfeiçoamento das habilidades, línguas e outros que possam auxiliá-lo em seu desenvolvimento.

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